País de Gales – Bélgica (Euro 2016)

Se os galeses caírem nos quartos de final do Euro 2016 esta campanha continua a ser gloriosa. Os belgas são favoritos pela qualidade dos seus jogadores, pela experiência em grandes competições e o ranking que ocupam. Mas Bale e companhia também têm as suas armas e agarram-se aos confrontos da qualificação – uma vitória e um empate – para aumentar a confiança. A Bélgica parece ter aberto o livro frente à Hungria. Veremos se o nível se mantém.

O País de Gales chegou pela primeira vez a uma fase final de um Europeu e logo na estreia conseguiu chegar até aqui! Mesmo que caia nos quartos de final, este grupo já conquistou o seu lugar nos anais de história. Mas isso não aplaca a ambição de Gareth Bale e companhia. Olham para a Bélgica de frente e estão apostados em dar um passo em frente. É justo dizer que a seleção galesa não se resume ao jogador do Real Madrid, embora ele seja, inequivocamente, a sua arma mais eficaz. Neste Euro 2016 o galês marcou, de livre, nos três jogos da fase de grupos. E nos oitavos foi um centro dele que provocou o autogolo de McAuley. Mas Joe Allen e Aaron Ramsey são igualmente fundamentais, no equilíbrio e organização que proporcionam à equipa.

O País de Gales venceu o Grupo B – vitórias sobre a Eslováquia (2-1) e Rússia (0-3), derrota frente à Inglaterra (2-1) – deixando o segundo posto para os ingleses. No primeiro jogo a eliminar levaram a melhor sobre a Irlanda do Norte (1-0). O cruzamento teleguiado de Bale foi intercetado pelo capitão irlandês, que acabou por introduzir a bola na própria baliza. Mas se não fosse à bola Kanu em posição para finalizar. Foi uma partida tipicamente britânica, muito física e intensa, nem por isso bem jogada.

A única dúvida no plantel é a condição de Ashley Williams, que se lesionou no ombro e fez uma boa parte do jogo dos oitavos com o braço colado ao corpo.

Onze Provável: Hennessey – Chester, Williams, Davies – Gunter, Allen, Ledley, Ramsey, Taylor – Bale, Vokes.

A Bélgica chegou a França com estatuto de favorito mas a estreia, frente à Itália (0-2) deitou água fria nesse entusiamo. Percebe-se hoje que esse resultado não é assim tão desmoralizador, a Espanha que o diga. E nos jogos seguintes do Grupo E – vitórias sobre a República da Irlanda (0-3) e Suécia (0-1) os belgas foram crescendo. Se há motivo para alguma apreensão é o desperdício de oportunidades da seleção orientada por Marc Wilmots, impressão que se voltou a acentuar no encontro dos oitavos de final. Desde o primeiro minuto ficou evidente a superioridade da Bélgica. A Hungria entrou muito recuada e mesmo assim a seleção belga encontrou forma de romper o bloqueio. O golo de Toby Alderweireld, aos dez minutos, obrigou os húngaros a ter que avançar no terreno e isso deixou mais espaço para as ações dos criativos belgas. Foi a ação direta de Király, a negar o golo iminente a Kevin de Bruyne, ainda no primeiro tempo, e a Eden Hazard, no arranque do segundo, que manteve o conjunto magiar na luta. O ponto determinante foi o golo de Batshuayi, que entrou aos setenta e seis para render Lukaku. No minuto seguinte Hazard fazia o terceiro. O golo de Ferreira-Carrasco, já em tempo de descontos, já era desnecessário.

Thomas Vermaelen está suspenso por ter visto o segundo cartão e isso cria um problema para resolver no eixo da defesa. Hazard foi poupado nos treinos ao longo da semana, devido a queixas na coxa, mas não deve ser nada que o impeça de alinhar.

Onze Provável: Courtois – Meunier, Alderweireld, Danayer, Vertonghen – Witsel, Nainggolan – Mertens, De Bruyne, Hazard – Lukaku.

2015-06-12	País de Gales	1-0	Bélgica	Euro 2016 (Q)
2014-11-16	Bélgica	0-0	País de Gales	Euro 2016 (Q)

Bélgica e o País de Gales foram as duas seleções a garantir a qualificação no grupo B. Apesar de terem sido os homens de Wilmots a ficar com o primeiro lugar, com vinte e três pontos, a equipa de Coleman (vinte e um) levou a melhor nos confrontos diretos. Empatou a zero em Bruxelas e assegurou o triunfo em Cardiff, com um golo isolado do incontornável Bale. É nesta experiência recente que os galeses se apoiam para mexer com a cabeça dos favoritos belgas.