Pablo Carreño Busta – Rafael Nadal (Roland Garros)
Carreño Busta superou numa maratona de mais de quatro horas para por Milos Raonic fora de prova e alcançar pela primeira vez os quartos de final do Major parisiense. O campeão do Estoril Open diz que se não achasse que tinha hipóteses não ia a jogo mas convenhamos que as perspetivas não são as melhores. Do outro lado está Rafa Nadal, nove vezes coroado em Roland Garros, a jogar como se as dificuldades dos últimos três anos não tivessem acontecido.
Pablo Carreño Busta nunca tinha ido além da segunda ronda em Roland Garros e esta terça-feira disputa pela primeira vez os quartos de final no Major parisiense. As lágrimas de felicidade – e sofrimento, diria eu – depois do encontro com Milos Raonic, dizem muito do esforço do espanhol. Foram quatro horas e vinte e um minutos em court para contrariar o serviço demolidor do canadiano (4-6, 7-6, 6-7, 6-4, 8-6). Não tendo a arma de assalto de Raonic, que facilita depois os pontos de saque, Carreño teve que ser mais desenrascado e correr muito mais. Não é todos os dias que se derrota um adversário do top-10 e já antes o espanhol tinha mandado para casa uma das grandes promessas a brilhar nesta edição do Roland Garros, Grigor Dimitrov (7-5, 6-3, 6-4).
Agora, Pablo Carreño Busta prepara-se para enfrentar um obstáculo ainda mais exigente. Mas logo acrescenta que se não acreditasse nas suas chances nem sequer ia a jogo. Pode ser acabe por perder facilmente, ou que ganhe facilmente – ainda que menos provável. Mas já disse que pretende aprender com o melhor, que estará do outro lado do court, e dar tudo para tentar surpreender.
Rafael Nadal fez trinta e um anos no sábado passado e como prende o seu amado Real Madrid conquistou o décimo segundo troféu da Liga dos Campeões. Livre de lesões e com o acompanhamento de Carlos Moyá, o maiorquino está a jogar como se lhe tivessem tirado cinco anos de cima. Em 2017 participou em dez eventos do circuito ATP: chegou a seis finais e acrescentou três títulos individuais ao palmarés. Desde que arrancou a temporada de terra batida europeia, o número quatro mundial só perdeu um encontro, nos quartos de final do Masters de Roma, frente a Dominic Thiem (6-4, 6-3). A derrota interrompeu a série triunfal já que tinha limpado os três torneios anteriores na superfície: venceu Monte Carlo às custas de Albert Ramos Vinolas (6-1, 6-3); Barcelona (6-4, 6-1) e Madrid (7-6, 6-4) diante de Thiem.
Chegou a Roland Garros, o Major onde foi coroado nove vezes, como claro favorito. E Rafa sabe que tem aqui a possibilidade de conquistar mais um título de um Grand Slam, coisa que nos últimos dois anos parecia já definitivamente fora de alcance. Não espanta, portanto, que tenha metido o turbo. Ainda não cedeu um set, apesar de já ter tido que afastar uns adversários exigentes como Benoit Paire (6-1, 6-4, 6-1) ou Robert Bautista Agut (6-1, 6-2, 6-2). O compatriota não resistiu sequer duas horas e só conseguiu quebrar-lhe uma vez o serviço. E mesmo assim Rafa diz que não jogou tão bem como nas rondas anteriores, que cometeu alguns erros, embora nada de sério. Ou outro lado positivo de avançar em sets diretos é que não tem havido desgaste físico adicional. Basta pensar nas quatro horas e meia do encontro de Carreño e Raonic.
Em 2014 Nadal venceu pela última vez Roland Garros, derrotando Djokovic. Em 2015 caiu nos quartos de final, diante do sérvio, e no ano passado ficou pela terceira ronda, altura em que abandonou por lesão no pulso.
2016 | Rio de Janeiro | Nadal | 2 | 6 | 6 | 1R | |
Carreno-Busta | 0 | 1 | 4 | ||||
2016 | Doha | Nadal | 2 | 6 | 6 | 6 | 1R |
Carreno-Busta | 1 | 7 | 3 | 1 | |||
2015 | Rio de Janeiro | Nadal | 2 | 7 | 6 | R16 | |
Carreno-Busta | 0 | 5 | 3 |
Nadal venceu os três confrontos anteriores com Carreño Busta.