A análise desta semana à Ligue 1 vai focar-se no meio da tabela, onde se situam uma série de equipas que passam por momentos que implicam reflexão e geram dúvidas sobre a forma como os seus objetivos foram delineados e a capacidade que apresentam para os resolver. Saint-Étienne, Rennes, Nantes serão os casos mais paradigmáticos, com os Olímpicos, de Lyon e de Marselha, a surgirem também envolvidos em questões que os fazem demorar na sua capacidade de afirmação.

Sonhar com a Europa

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Um empate caseiro volta a atrasar Les Verts

É um sonho comum a Saint-Étienne, Rennes e Nantes. Todos com historiais diferentes, nestes últimos anos, todos com apostas claras na forma de chegar até lá. O Saint-Étienne, de Christophe Galtier, conjuga a Liga Europa com a Ligue 1 e, talvez por isso, possa justificar menor frescura na sua equipa. Nesta fase, na verdade, Les Verts cumprem apenas com aquilo que tem sido o seu habitual percurso, uma equipa que apresenta sempre algum sofrimento para, no final da temporada, aparecer a cumprir com os objetivos. Falta algum brilho, e num clube com a história do Saint-Étienne isso poderia ser um problema. Mas, ainda assim, a sua capacidade de se afirmar vai valendo a Galtier algum crédito.

O Rennes apresenta-se esta temporada um pouco acima dos seus principais concorrentes e o trabalho de Christian Gourcuff começa a dar sinais de validade. É um contexto quase perfeito para o treinador, regressar a uma equipa onde a pressão dos resultados diminuiu, se comparada com o passado, mas que mantém muitas condições para ser uma equipa europeia. O atual sétimo lugar, num topo da tabela com grande proximidade entre todas as equipas, alimenta a esperança de poder estar no bom caminho, mas tão importante como entrar bem, é fundamental conseguir aguentar o ritmo quando a competição apertar.

Finalmente, o Nantes parece não conseguir descolar de uma segunda metade da tabela. Apesar do investimento do seu administrador, apesar do envolvimento do seu público, a equipa do Atlântico demora a reencontrar-se com uma identidade de equipa de topo. René Girard tem essa missão, mas os resultados menos bons levam a pensar se terá o tempo para o alcançar. As duas vitórias conseguidas nas últimas duas semanas elevam-no a 11º classificado e abrem expetativas de resolução dos problemas que travaram a afirmação mais cedo.

Problemas Olímpicos

Duas equipas que temos focado regularmente nas nossas análises, Lyon e Marselha tiveram resultados bem diferentes nesta jornada, algo que também terá sido influenciado pelos adversários que encontraram.

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Gomis na vitória do Marselha

O Lyon jogou no terreno do líder, o Nice, e poderia ter encontrado aí forma de afirmar a sua recuperação, uns dias antes de ir a jogo na Liga dos Campeões. No entanto, o Nice revelou-se muito mais forte do que o seu adversário e conseguiu uma vitória afirmativa, que volta a empurrar o Lyon para baixo, em termos de classificação.
Já o Marselha bateu o Metz e afirma assim um esboço de recuperação perante um adversário que, claramente, perdeu o gás com que entrou nesta edição da Ligue 1. Mesmo com esta vitória, no entanto, o Marselha é uma equipa em espera, sendo que agora que foi confirmada a venda do clube, se comece a querer ver sinais de mudança.

De alguma forma, Lyon e Marselha são equipas à espera de acontecer. E numa competição como a Ligue 1, isso significa, quase sempre, ficar aquém dos seus objetivos. O jogar contra o tempo começa a ser uma necessidade, espera-se que não se transforme numa condenação.

Boas Apostas!