Ontem acordámos com a noticia de que Kevin McHale tinha sido despedido do lugar de treinador dos Houston Rockets. Entre a surpresa e o sentimento de necessidade de mudança numa equipa onde as coisas pareciam, este ano, estar longe de resultar, esta troca pode também significar que estamos, definitivamente, a entrar na era do treinador do futuro na NBA. É por aí que vamos andar na análise das tendências da Liga esta semana.

“No meu tempo…”

Kevin McHale James Harden

A relação entre Harden e McHale poderá ter sido parte do problema em Houston

Kevin McHale foi três vezes campeão da NBA enquanto jogador dos Boston Celtics, somando a isso sete chamadas para o All Star, tendo ainda feito três vezes parte da equipa defensiva do ano. Enquanto treinador, as suas primeiras experiências foi no Minnesota Timberwolves, em dois períodos diferentes, assumindo essa faceta, definitivamente, em 2011-12, quando assumiu o controlo dos Rockets. No Texas, McHale manteve sempre uma performance acima dos 50% de vitórias, conseguindo também, ano após ano, conseguindo ir subindo na tabela da sua Divisão, que ganhou no ano passado. Com James Harden e Dwight Howard, a equipa dos Rockets parecia ter um suficiente arsenal de estrelas para tentar completar com outras opções de jogo e de tática. Mas McHale não tem sido capaz de manter esse nível ascendente neste início de temporada e acaba por perder o lugar.

Jogadores que foram estrelas na NBA começam a ter cada vez menos espaço nos bancos da Liga. Com mais presenças em jogos All Star do que Kevin McHale, já só havia Jason Kidd, que é um jovem treinador que acaba por estar, de certa forma, a contra-ciclo, com os seus Bucks. Restam depois Jeff Hornacek, Doc Rivers e Lionel Hollins, todos eles apenas com uma presença no All Star como jogadores. A tendência de contratação dos últimos treinadores tem ido para técnico mais jovens e com outros percursos de vida profissional, sendo que o lugar de treinador parece ser, cada vez mais, uma posição frágil nesta Liga.

O treinador do futuro

Com o crescimento das equipas técnicas, a especialização dos seus elementos e o aumento dos dados disponíveis sobre cada partida e cada treino, a experiência que um técnico pode trazer da sua carreira enquanto jogador é minimizada. Perante os enormes relatórios de scouting e as variáveis oferecidas pelos dados estatísticos, a posição do treinador vê duas qualidades serem mais importantes do que qualquer outra. A da gestão do seu grupo técnico, dominando bem as diferentes áreas em que trabalha, e a da relação com os seus jogadores. No caso da NBA, é particularmente sensível a relação com as principais estrelas da equipa, tendo em conta que acabam, em vários casos, por ser eles quem está no centro de todas as decisões da franquícia.

JB Bickerstaff

J. B. Bickerstaff é a opção para o imediato

Kevin McHale acabou por falhar nestes casos, havendo notícias de, quer na equipa técnica, quer entre os jogadores, as opiniões divergentes feriam os objetivos da equipa. Para o seu lugar chega J. B. Bickerstaff, de 36 anos, sem carreira de jogador na NBA, mas assistente na Liga desde 2004. No seu primeiro jogo, esta madrugada, somou uma vitória. Antes de subir a treinador, dizem que era normal vê-lo muito próximo dos melhores jogadores dos Rockets. Entrada com o pé direito?