E finalmente, após quase dois meses de competição, o Zenit começa a carburar ao nível esperado. Nada de espantar, se atentarmos ao facto de estarmos perante uma equipa que mudou de treinador e perdeu a sua maior referência ofensiva, para além de também ter estado dependente do fecho do mercado para haver decisão sobre outros jogadores importantes. Esta segunda-feira, perante um Rubin Kazan que prolonga a imagem da desilusão, alcançou uma goleada que marcará uma nova fase da vida do clube de São Petersburgo.

Golos, golos, golos

dzyuba-zenit

Dzyuba é um dos destaques do ataque

Um dos melhores sinais de que estamos perante um Zenit que reaprendeu a ser dominador é o facto do seu ataque estar tão forte. Nos últimos quatro encontro, os homens de Mircea Lucescu marcaram dezasseis golos, assustando os adversários que se seguirão no seu calendário. O que mudou, então, no conjunto de São Petesburgo? O número de jogadores disponíveis. O primeiro dos principais reforços a “aparecer” na equipa foi Giuliano, que no meio-campo ofensivo começa a fazer a diferença, confirmando o que de melhor se esperava do reforço brasileiro. Mak demorou mais algumas semanas até merecer a confiança de Lucescu, mas a partir das faixas é também um jogador que aumenta a qualidade do jogo do Zenit.

Depois, com a presença de Dzyuba no centro do ataque, o Zenit sabe bem como utilizar um jogador que faz muita mossa nas defensivas adversárias. Com Mircea Lucescu, o internacional russo não funciona tantas vezes como uma referência que é obrigada a receber a bola, mas mais um elemento que se envolve na construção, utiliza o físico para conquistar posição e tanto pode ser um finalizador como surge, muitas vezes, como elemento com capacidade para desviar a atenção da defesa ou envolver-se na troca de corredores para forçar o ataque a partir de zonas menos povoadas.

Consistência defensiva: um processo

lodygin-zenit

Tempos sombrios para Lodygin no Zenit

A nível defensivo, a equipa do Zenit ainda terá que conseguir aprimorar o seu sistema, embora conte com Axel Witsel, um dos jogadores que esteve mesmo na porta de embarque do aeroporto de São Petersburgo. Ao ficar na equipa de Mircea Lucescu, é impossível pensar que o belga não terá um papel fundamental nas transições da equipa, sendo um dos primeiros elementos a accionar os processos defensivos na linha intermédia. Com Javi Garcia como jogador mais recuado do meio-campo, muitas vezes fazendo quase o papel do terceiro central, o Zenit também se permite as subidas dos seus laterais, recorrendo a Smolnikov na faixa direita e Zhirkov na faixa esquerda. Recuperar será uma das obrigações de elementos com visão muito ofensiva.

Enquanto a dupla de centrais parece estabilizar-se com Criscito e Luís Neto, na baliza estará a questão que Mircea Lucescu não conseguiu resolver a seu contento dentro das datas do mercado. Yuri Lodygin não merece a sua total confiança e depois de sofrer três golos no encontro da Liga Europa, voltou a sentar-se no banco, com Mikhail Kerzhakov a assumir a titularidade. O suplente do Zenit está longe de ser um guarda-redes com perfil e experiência para colocar Lodygin fora da corrida, mas espera-se que Mircea Lucescu possa ir balançando entre o internacional russo e o seu suplente até à reabertura do mercado. Ao que tudo indica, o Zenit está mesmo interessado em procurar reforço para essa posição.