O Troféu António Pratas – LPB pode ter, este ano, um formato reduzido, sinal de uma fraca capacidade de calendarização, que colocou um estágio da seleção nacional “em cima” do início da temporada para a generalidade dos clubes. Outras questões, de vertente financeira e organizativa, continuam a ferir o basquetebol português, mas este ano, para lá de todos os problemas, haverá razões para festejar o reencontro entre FC Porto e Benfica na divisão maior do basquetebol nacional. O primeiro encontro terá lugar já este sábado nas meias-finais do Troféu que abre a temporada.
Benfica prepara-se para novas batalhas
Crónico campeão nacional nas últimas temporadas, o Benfica pressente, este ano, voltar a ter uma competitividade maior na disputa do título. Foi especialmente o Vitória de Guimarães quem assumiu, na ausência do FC Porto, a posição de segunda equipa mais forte do país, tendo em algumas situações conseguido inclusive impedir o Benfica de ganhar troféus. Mas em termos financeiros, este ano as coisas voltam a ser equilibradas no topo da LPB.
A aposta do Benfica passou por renovar o seu contingente de norte-americanos com as chegadas do base Daequan Cook, com passado na NBA, e Jeremiah Wilson, um extremo-poste que atuava na Turquia. No mercado nacional, o Benfica contratou duas das figuras do Basquete Barcelos, Nuno Oliveira e Marko Loncovic, aumentando opções quer no jogo exterior, quer no jogo interior.
Perante a Oliveirense, equipa que defrontou por duas vezes na primeira fase da prova e que também estará presente na Final Four, foi Carlos Andrade e Fred Gentry, para além de Mário Fernandes no jogo inaugural, quem mais se destacou, demonstrando que Carlos Lisboa poderá confiar na experiência de jogadores com mais anos de plantel para fazer frente a um FC Porto com muita juventude.
O projeto Moncho em ano de exigência máxima
Quando o FC Porto decidiu acabar com a sua equipa profissional, terão começado os anos mais interessantes do projeto de Moncho Lopez no clube azul e branco. Com a possibilidade de se focar, acima de tudo, na formação, sob o nome de Dragon Force, o basquetebol portista renasceu em termos de qualidade técnica e tática, chegando a ter duas temporadas de enorme qualidade na Proliga. No entanto, todos sabíamos que para um clube da dimensão do FC Porto, ficar pela formação não chegaria, e que se estava a preparar um regresso em grande. Ele aí está.
Para começar, foram selecionados os melhores jogadores que nestes últimos anos ajudaram o Dragon Force a apresentar-se a muito bom nível. André Bessa a base, Pedro Bastos e Ferran Ventura como lançadores, António Monteiro e Miquel Queiroz para o jogo interior. Depois, o reforço passou por jogadores nacionais, como José Silva ou Arnette Hallman, ambos com experiência de seleção, e por quatro estrangeiro. Alberto Fontet, espanhol, que traz altura e experiência ACB. Do trio de norte-americanos, começaram com melhor resposta o base Bradley Tinsley e o poste Nick Washburn, enquanto Sethe Hinrichs, mais jovem e na sua primeira experiência profissional, vai levando o seu tempo de adaptação.
Ovarense como outsider
Sem o Vitória de Guimarães em prova, acabou por ser a Ovarense quem venceu a Zona Norte da primeira fase e surge, assim, como outsider nesta Final Four do Troféu António Pratas. Com o espanhol Félix Alonso no banco, a equipa de Ovar volta a investir num trio de norte-americanos, para reforçar um plantel com fortíssima identidade vareira. Jogadores como José Barbosa, Fernando Neves, André Pinto ou Miguel Miranda são portadores de uma mística local que se revela com um estilo de jogo mais arrojado. Raven Barber é o estrangeiro mais experiente da equipa, contando ainda com Keaton Jackson e Nick Novak, dois rookies, com este último a revelar uma fantástica apetência para o tiro exterior.
Na primeira meia-final, a Ovarense encontra a Oliveirense, enquanto no segundo jogo, o Benfica defronta o FC Porto. Domingo à tarde, os vencedores disputam o Troféu António Pratas – LPB. Todos os jogos terão lugar em São Pedro do Sul.