Começou esta tarde o Girabola 2015, com um empate na partida entre o Kabuscorp e o Recreativo da Caála, por duas bolas. O futebol angolano passa uma fase de menor expressão a nível internacional, com a sua seleção a não participar na última edição da Taça das Nações Africanas e os seus clubes a andarem longe dos lugares de destaque nas competições continentais, mas dentro de portas, as equipas angolanas continuam a evoluir e a conseguir buscar jogadores de mais elevada craveira.

O Recreativo do Libolo venceu o Girabola na época passada e reforçou-se para manter o domínio na competição. Com as chegadas de Fredy, antigo jogador do Belenenses, e de Rudy, que estava no Xanthi da Grécia, os libolenses esperam ter também maior expressão na Liga dos Campeões Africanos. Para além disso, chegou um novo técnico, o francês Sébastien Desabre, que tem feito toda a sua carreira em África, passando pela Costa do Marfim, os Camarões e, nos últimos dois anos, no Espérance de Tunis. A sua experiência em grandes equipas africanas poderá elevar o nível de exigência, mas o seu desconhecimento da realidade do Girabola poderá obrigar a um período de adaptação.

Meyong Kabuscorp

Meyong é estrela do ataque do Kabuscorp

O Kabuscorp, segundo classificado no ano passado, vai tornando-se numa equipa a ter em conta entre os grandes. Aumentando as suas condições de trabalho, a equipa do Palanca juntou o guarda-redes Hugo Marques, o central Cláudio Borges e o avançado Jaime Poulson a um plantel onde já constavam muitos nomes que merecem ser sublinhados no Girabola, como o camaronês Meyong, Hugo Firmino, Mputu, Dax, Mpele Mpele e Lunguinha. O empate caseiro não foi um bom início, mas todos esperam ver o Kabuscorp ser competitivo durante esta edição.

O Benfica de Luanda foi, talvez, a grande surpresa do ano passado, ao terminar em terceiro lugar, havendo grandes expetativas para aquilo que poderá alcançar na nova temporada. Hélio Roque, Rúben Gouveia e Giberto trazem muita criatividade para o meio-campo ofensivo, Alex é um extremo de grandes qualidades, enquanto Amaro e Adawá fortalecem bastante as linhas mais recuadas da equipa. Com todos estes trunfos, Zeca Amaral poderá mesmo fazer a diferença e colocar o Benfica em lugares algo inesperados, para uma equipa que só recentemente voltou à alta roda do futebol angolano.

Marco Soares D Agosto

Marco Soares, um dos mais experientes a atuar no Girabola

Entre os históricos, o 1º de Agosto será a equipa com mais a provar. O técnico Dragan Jovic manteve o seu lugar, mas viu sair vários jogadores que, apesar do prestígio, não levar a equipa para uma posição melhor do que o quarto lugar. Até ao momento, o D’Agosto pouco se reforçou, com o ponta-de-lança Ben Traoré a ser o nome a merecer maior destaque. Marco Soares, Jumisse e Manucho poderão compor, no meio-campo, um trio de respeito, mas será preciso um milagre para que a equipa com mais história do futebol angolano possa regressar, este ano, a um lugar de destaque.

Também o Petro parece confirmar a crise entre os históricos do Girabola. Vendo sair Ben Traoré, Osório, Gilberto e Cláudio Borges, a equipa tem em Duarte Duarte, avançado do Paços de Ferreira, a sua contratação mais sonante, o que parece muito pouco para uma equipa que teria a ambição de lutar por um lugar no pódio.

Mais notas para equipas como o Interclube, que se reforçou no estrangeiro, com quatro jogadores, juntando ainda Jotabé do Petro e Pedro Marques do Libolo ao seu plantel, enquanto o Recreativo da Caála juntou Love, Figo e Osório para tentar regressar, também eles, à ribalta. Para já, começaram com um empate.

A primeira jornada terá a maior parte dos seus encontros este fim-de-semana, quando o Libolo e o Kabuscorp também fazem a sua estreia na Liga dos Campeões Africanos, e o Benfica de Luanda e o Petro na Taça da Confederação.