A Holanda tem sido, ao longo dos anos, visto como um paraíso para os goleadores, com a sua Liga de defesas relativamente abertas e espírito muito ofensivo. Mas a Eredivisie é, sobretudo, terreno fértil do talento europeu, conjugando a escola de formação holandesa com os jogadores de diversas proveniências que encontram neste campeonato o terreno ideal para fazer evoluir as suas capacidades. Neste cruzamento de interesses, junta-se o facto de o decréscimo de poder económico dos principais clubes ter vindo a fazer com que o talento saia mais jovem, alimentando o mesmo percurso para os novos jogadores, enquanto se perde, infelizmente, alguma da capacidade de afirmação nas provas europeias.

Entre Eindhoven e Amesterdão

luuk de jong psv

No PSV, de Jong é sinónimo de golo

A luta histórica entre os dois clubes mais poderosos do futebol holandês teve, no ano passado, um episódio que ficará, certamente, entre os que merecem referência em todos os livros sobre a Eredivisie. A conquista do título por parte do PSV, ultrapassando o Ajax na derradeira jornada, foi dramática e levou a mexidas no conjunto de Amesterdão. O Ajax contratou o técnico Peter Bosz, que estava no Maccabi Tel Aviv, liderando o plantel que é o mais valioso da competição. O desafio será, desta vez, não deixar fugir o título para o rival, sendo que, para o conseguir, se reforçou com dois jovens colombianos e com o experiente central alemão Heiko Westermann. O grande problema que terá de ser resolvido até ao fecho do mercado é o de substituir Milik, o avançado que no ano passado foi o melhor marcador da equipa. Por outro lado, evitar que existam mais saídas também parece fundamental.

O PSV Eindhoven de Phillip Cocu é o bicampeão nacional e também viu sair um jogador importante na estrutura, o defesa Jeffrey Bruma, ainda que, neste caso, pareça ser mais fácil de substituir. Aliás, na pré-temporada, com dois jogos disputados frente a equipas portuguesas, ficou bem mostrado como a equipa está forte e preparada para os desafios, também na Liga dos Campeões, onde esperam poder ter palavra a dizer. Entre as chegadas, destaque para Daniel Schwaab, central do Estugarda que espera oferecer consistência ao setor afetado. Mantendo no plantel Luuk de Jong, o PSV terá o seu melhor marcador disponível para voltar a atacar o título.

Feyenoord e os outros

Kuyt Feyenoord

A experiência de Kuyt quer levar o Feyenoord mais alto

Em Roterdão reside aquela que é a terceira força do futebol local, o Feyenoord. Depois de conquistar a Taça da Holanda no ano passado, esta época tenta reentrar na luta pelo título, apesar das dificuldades serem mais do que evidentes. A equipa de Giovani van Bronckhorst contratou o avançado dinamarquês Nicolai Jorgensen e tem Kuyt como voz de experiência para a frente de ataque, não conseguindo, no entanto, manter o mesmo tipo de constância dos seus rivais.

O Twente foi a última equipa a vencer um título, para além do duo de dominadores, mas o 13º lugar do ano passado demonstra que as coisas estão agora bem diferentes. Sem grande capacidade de investimento, a equipa de Eschende partilha com o Vitesse, 9º classificado da época transacta, o facto de merecer jogadores emprestados por equipas inglesas, sendo o Twente cliente habitual do Manchester City, enquanto o Vitesse merece o acompanhamento do Chelsea. Ainda assim, com a contratação de Ricky van Wolfswinkel, o Vitesse pode também alimentar algumas ambições de crescimento.

Na busca de uma posição entre o trio da frente surge o AZ Alkmaar, que não conseguiu manter o melhor marcador do campeonato, Vincent Janssen, contratado pelo Tottenham. Buscando Fred Friday, um jovem nigeriano que brilhava no Lillestrom da Noruega, e Wout Weghorst, vindo do Heracles, o AZ espera ter encontrado nova pepita para lançar para níveis mais elevados. Já o FC Utrecht, que no ano passado foi surpresa ao terminar em 5º lugar, espera que a manutenção do técnico Erik Ten Hag possa permitir a manutenção do nível para voltar a disputar a qualificação europeia.

Boas Apostas!