Começa hoje a disputar-se mais uma edição do Campeonato do Mundo de Clubes, prova organizada pela FIFA e que reúne, em Marrocos, os campeões das diferentes provas continentais. Com o Real Madrid, detentor da Liga dos Campeões Europeus, e o San Lorenzo, vencedor da Taça dos Libertadores, esperados como os potenciais finalistas, a entrarem em prova apenas na próxima semana, os primeiros encontros da competição servem para ficarmos a quem conhecer quem enfrentará os gigantes nas meias-finais.
Trata-se, assim, de uma espécie de Mundial dos pequeninos, onde o representante do país organizador, o Moghreb Tétouan, o vencedor da Liga dos Campeões da Ocêania, o Auckland City, o vencedor da Liga dos Campeões Africanos, o ES Sétif, da Liga dos Campeões Asiáticos, o Western Sidney Wanderers, e da Liga dos Campeões da América do Norte, o Cruz Azul, disputam o direito aos seus noventa minutos de sucesso.
Um duelo africano?
Com Marrocos a organizar a competição, o continente africano volta a ter dois representantes na prova, ambos estreantes nestas andanças. O primeiro a entrar em campo, já hoje, será o Moghreb Tétouan, uma equipa com noventa anos de história mas que apenas em 2012 conseguiu o seu primeiro título nacional. A equipa é orientada pelo marroquino Abelaziz Amri e chega à prova com a intenção de superar o feito do Raja Casablanca, que no ano passado alcançou a final. Objetivo complicado, sem dúvida, ainda que tenha no plantel um jogador que saberá o caminho até tão adiantada fase de prova, já que Mouhssine Iajour, um dos marcadores dos golos do Raja na vitória frente ao Atlético Mineiro, representa agora a equipa de Tétouan.
Caso os marroquinos vençam o encontro do playoff, terão pela frente um duelo africano frente ao ES Sétif, da Argélia. Os argelinos também se estreiam no Mundial de Clubes, ainda que tenham toda uma outra história. Vencedores da Liga dos Campeões Africanos, prova que já haviam vencido em 1988, a equipa de Sétif já venceu o campeonato nacional por seis vezes. O seu técnico é o argelino Kheireddine Madoui e tem na dupla de atacantes Younes e Benyettou os dois jogadores com mais golos na atual edição da Liga Argelina.
Ventos da Oceânia
Esta será também a primeira edição do Mundial de Clubes sem nenhuma equipa asiática. Confuso? Nem por isso. É que os últimos vencedores da Liga dos Campeões Asiática foram os australianos do Western Sidney Wanderers, que agora competem nas provas da AFC. O clube foi fundado em 2012 e, em apenas dois anos, conquistou o título da A-League e, na sua estreia na Liga dos Campeões Asiáticos, somou esse troféu ao seu currículo. Orientado pelo histórico internacional australiano Tony Popovic, a equipa tem os seus homens golo nos australianos Mark Bridge e Tomi Juric, apresentando algum perfume internacional com o albanês Haliti, o brasileiro Vítor Saba e o croata Poljak.
O genuíno representante da Oceânia é, assim, o Auckland City, da Nova Zelândia, que também pode ser considerada uma das equipas com mais experiência nesta prova, tendo-a já disputado por cinco vezes. O melhor que alcançou foi um quinto lugar em 2009, tendo uma performance de duas vitórias e seis derrotas em oito encontros disputados no Mundial de Clubes. O seu treinador é o espanhol Ramon Tribulietx, que lidera um plantel com vários jogadores europeus. A merecer destaque está o internacional sub-21 português João Moreira, que, depois de ter brilhado na Primeira Liga com a camisola do Estrela da Amadora, repartiu a sua carreira entre Espanha e Portugal, tendo rumado para a Ásia em 2012.
Que perigo vem do México?
O futebol mexicano volta a ter um representante no Mundial de Clubes, sendo que ano após ano, as equipas oriundas daquele país chegam com elevadas ambições, mas revelam sempre imensas dificuldades para as comprovar no terreno de jogo. O Cruz Azul faz a sua estreia nesta prova, ainda que já tenha somado seis títulos na prova dos campeões da América do Norte, com oito títulos nacionais mexicanos. O mexicano Luis Fernando Tena é o treinador de um plantel com muitas caras conhecidas. Para além dos reconhecidos internacionais mexicanos Jesús Corona (guarda-redes), Maza Rodríguez e Gerardo Flores (defesas), Gerardo Torrado e Marco Fabián (médios) ou Pablo Barrera (avançado), o Cruz Azul tem também uma forte representação argentina, com cinco atletas daquele país onde se destacam os golos de Pavone, mais o avançado equatoriano Joao Rojas e o defesa colombiano Luis Perea.
Os mexicanos vão defrontar a equipa do Western Sidney nos quartos-de-final, aspirando à surpresa perante o Real Madrid nas meias-finais. Apesar de ser um adversário de enorme cotação, a verdade é que, uma vez mais, uma equipa composta por vários internacionais e experimentados jogadores ao mais alto nível poderá aspirar, no mínimo, a causar alguns problemas.