Em 2015 Novak Djokovic bateu toda a concorrência terminando o ano com quase o dobro dos pontos do mais direto perseguidor. Fechou a temporada com a quinta vitória no World Tour Finals e dos dezassete torneios onde marcou presença só por uma vez falhou a final. 2011 já tinha sido memorável mas 2015 foi ainda mais longe. Seria perfeito, não fora Roland Garros. O que significa que Nole ainda tem margem de progressão e algo por que ambicionar.
Ano quase perfeito
O número um mundial fechou a temporada com um apropriado título de Mestre dos Mestres, vencendo Roger Federer na final de Londres. Foi o seu quinto título naquele evento e Novak foi o primeiro tenista a sagrar-se vencedor pelo quarto ano seguido. Já antes tinha feito história ao vencer pela quarta vez o Masters de Paris, três das quais consecutivas (2009, 2013, 2014, 2015). Em 2015 Djokovic somou oitenta e quatro triunfos individuais e apenas foi derrotado em sete ocasiões, o que é a todos os títulos notável. Venceu doze títulos de carreira: seis nos Masters (Indian Wells, Miami, Monte Carlo, Rome, Shanghai, Paris), três provas do Grand Slam (Open da Austrália, Wimbledon e Open dos Estados Unidos) e as World Tour Finals. Novak liderou, destacadíssimo, a hierarquia do ténis mundial, e a maior evidência é o facto de ter fechado o ano com quase o dobro dos pontos de Andy Murray (16 585), que foi o número dois.
Nunca se dar por satisfeito
Djokovic reconhece que esta pode ser a sua melhor temporada de sempre, sendo que a referência, 2011, foi um marco impressionante. Do ponto de vista dos títulos pode haver discussão mas o líder da hierarquia mundial pensa que neste momento está a jogar o seu melhor ténis. Mas mesmo num ano assim pode haver um pequeno senão. Para a época ser perfeita falta a cereja no topo do bolo, o único título que lhe continua a escapar: Roland Garros. Esteve perto, acho que Nole lhe sentiu o sabor quando finalmente se desembaraçou de Nadal, mas Wawrinka aproveitou o desgaste emocional do sérvio para ter uma tarde histórica em Paris. O que só prova que mesmo no topo há sempre algo mais por que ambicionar. Djokovic diz que na sua filosofia desportiva manter o status quo não encaixa porque isso seria, na prática, uma regressão.
Novak é a referência, inquestionavelmente o melhor tenista da atualidade e um dos melhores de sempre. Ainda lhe falta amealhar mais algumas marcas para se aproximar dos dezassete Grand Slams de Federer ou dos catorze de Nadal, mas o sérvio ainda é jovem e tem vários anos pela frente no pico das suas capacidades. Às vezes parece um excesso e que foras de série como ele parecem já não ter mais metas a alcançar. Não é verdade. Djokovic está rodeado de uma equipa ambiciosa e há sempre mais um recorde a bater, mais um registo a melhorar. No ano que passou esteve muito perto do título em Roland Garros e de completar o Grand Slam de carreira, vencendo os quatro Majors numa mesma época. E Nole é o exemplo perfeito do jogador que se faz, camada a camada. É nisso que todos os fans e jovens tenistas deviam fixar. O número um mundial tinha talento mas desde muito cedo percebeu, e aceitou, os sacrifícios que eram necessários para chegar ao topo. E a cada ano foi melhorando um ou mais aspetos do seu jogo, procurando os melhores treinadores e gente que puxasse por ele. É por isso que ele é o homem a bater, a superar.