A realização do campeonato do mundo da Rússia adianta o início dos campeonatos Estaduais. O campeonato Carioca arranca esta quarta-feira.
No Rio de Janeiro, o início do campeonato Carioca fica marcado por um cenário de crise financeira que afeta quase todas as equipas. Os favoritos são os do costume, até porque desde 1966 que ninguém se atreve a “arrancar” o título das mãos de um elemento pertencente ao quarteto composto por Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo.
O Flamengo, campeão em título, parte como principal favorito á revalidação do ceptro. À entrada para uma competição que, ao que tudo indica, estará “nivelada por baixo”, o “Mengão” aparenta ter a situação mais estável. Depois de uma temporada em que a conquista do campeonato Carioca corresponde ao único momento de grande sucesso no percurso “rubro negro”, os dirigentes do clube optaram por manter a base da equipa, mas viram o técnico Reinaldo Rueda deixar o clube há cerca de uma semana e meia, seduzido pela proposta apresentada pelos responsáveis da federação chilena para orientar a seleção local. Paulo César Carpegiani foi o escolhido para a sucessão, treinador que cumpre a terceira passagem pelo clube – ainda assim, a permanência de Carpegiani no cargo deverá ter um prazo, uma vez que a ideia é fazer com que se venha a tornar diretor desportivo do clube.
Do “Fla” passamos para o “Flu” e a situação é totalmente diferente. A imprensa brasileira escreve que este será o “ano zero” do Fluminense por força dos problemas financeiros que o clube vive – a venda de Wendel para o Sporting é um exemplo disso mesmo, pela necessidade de receber o dinheiro da transferência o quanto antes, algo que o PSG não podia assegurar em virtude do mecanismo de “fair-play financeiro”. Para além de Wendel, um dos grandes talentos da “mulecada” orientada por Abel Braga durante a última edição do Brasileirão. O grande problema é que Wendel não foi o único habitual titular a abandonar o clube. Gustavo Scarpa, muito cobiçado na Europa, decidiu dar um novo rumo à carreira e transferiu-se para o Palmeiras. Cavalieri e Henrique também seguiram os passos de Wendel e Scarpa, enquanto no sentido oposto chegaram Gilberto, Jadson e Airton. A ideia da direção é clara: dado que o clube atravessa uma situação financeira muito delicada, a intenção passa por continuar a “alimentar” a equipa principal com jogadores provenientes das camadas jovens.
O Botafogo, outro integrante do “G4” do Cariocão, conheceu a sua principal perda aquando da saída de Jair Ventura, técnico contratado pelo Santos. Registaram-se algumas saídas como as de Roger e Bruno Silva, mas a direção foi ao mercado colmatar as vagas deixadas, assegurando atletas com potencial para se afirmarem no “Fogão”. Após uma temporada com sinal mais, ver o Botafogo agora treinado por Felipe Conceição erguer o troféu seria uma surpresa. Sem grandes estrelas – a principal figura é Rodrigo Pimpão – e igualmente sem capacidade para grandes incursões pelo mercado, o Botafogo quer demonstrar a força do seu coletivo e preparar da melhor forma a participação no próximo Brasileirão, procurando intrometer-se entre os primeiros da tabela.
A situação do Vasco da Gama não é positiva, tanto que a realização da estreia no campeonato Carioca agendada para esta quinta-feira (18) chegou mesmo a ser posta em causa. Após um regresso em cheio ao principal escalão que culminou com a conquista do acesso à fase preliminar da Libertadores, diferendos internos são o principal problema neste início de temporada. Há jogadores e funcionários com salários em atraso e pelo menos quatro atletas terão abandonado o clube em função dessa situação. O início deste campeonato Carioca é encarada com maior seriedade pelo Vasco da Gama em comparação com os principais concorrentes, uma vez que serve de preparação para o encontro que se avizinha com o Concepción para a Libertadores. A gestão do esforço terá que ser feita por Zé Ricardo e a prioridade é óbvia: garantir o apuramento para a Libertadores 2018.
A tendência é extensível aos “pequenos”. Num campeonato em que nenhuma equipa se atreve a levar a melhor sobre os quatro “grandes” desde 1966, só um autêntico milagre com contornos “leicesterianos” poderia fazer com que a situação se alterasse em 2018. Os problemas financeiros também marcam a realidade dos emblemas de menor expressão que participam neste campeonato Carioca e nem há grandes destaques a nível de contratações de jogadores de renome que estejam em fases mais avançadas das respetivas carreiras.
Boas Apostas!