A Liga Francesa começa já amanhã, sexta-feira, com os milionários do Paris SG a entrarem no jogo de estreia frente ao Reims com uma obrigação: serem campeões franceses. Essa parece ser a única pergunta que toca a todos os analistas da Liga Francesa: quando serão os parisienses campeões? A superioridade financeira e desportiva demonstrada por esta equipa parece deixá-los numa posição inalcançável para toda a concorrência, alimentando ainda a ideia de que a verdadeira competição que interessa ao PSG está fora do país. Mas, se assim for, será que encontrarão facilidades na Ligue 1? A certeza é esta: existem outros candidatos.
Milhões de razões para ganhar o título
Laurent Blanc tem pela frente a missão de voltar a repetir o título francês, com a exigência de conseguir chegar mais longe na Liga dos Campeões. A verdade é que lhe vão sendo entregues meios para o alcançar. Zlatan Ibrahimovic parece ter ficado com sede de sucesso, depois de ter falhado o Mundial, e para além dos seus companheiros da temporada passada, vê ainda chegar reforços como David Luiz e Cabaye, que entram diretamente no onze. Venha ou não Di Maria, a verdade é que o plantel dos parisienses é o mais forte desta Liga. O problema será conseguir confirmar esse mesmo favoritismo quando a prioridade está na Europa. No fundo, o Paris SG entra em jogo com a espada sobre a cabeça. Se falhar em França, isso ser-lhe-á cobrado da forma mais cruel. Mas o verdadeiro ouro só o poderá conquistar nos terrenos europeus.
Seu parceiro de milhões, o AS Monaco levanta algumas dúvidas quanto ao seu projeto desportivo, que parece ter levado um desvio neste verão. Assim, em lugar de construir uma equipa para disputar o topo do futebol francês com o Paris SG, o russo Dmitry Rybolovlev parece agora mais apostado em fazer compras de jovens valores para revender aos gigantes europeus. O excelente negócio conseguido por James Rodríguez poderá vir a ser repetido, muito em breve, com Falcao, enquanto as chegadas de Borja Menendez, Bakayoko ou mesmo de Bernardo Silva poderão indicar essa mudança de direção. De qualquer forma, também regressado às competições europeias, a verdade é que os monegascos têm talento e qualidade para estar no posição de princípes desta Liga.
Projetos alternativos de sucesso
Incapazes de competir com os mesmos valores dos dois clubes mais ricos do país, existem projetos alternativos de sucesso em França que poderão tornar este campeonato mais atrativo. O Marselha chamou ao ativo Marcelo Bielsa, o que é, de imediato, garantia de acréscimo de qualidade futebolística, bem como de paixão. O Stade Vélodrome já era o terreno de jogo mais apaixonado de França e, com Bielsa no banco – sempre em pé, incapaz de se sentar – as bancadas ainda vão entrar em maior combustão. O belga Batshuayi é o nome mais sonante entre as contratações, mas a grande mudança será verificável no estilo de jogo.
Outra equipa a prometer espetáculo é o Lille, que está na luta por atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões, o que lhes poderia permitir um lucro extra e algum outro reforço até ao final de agosto. Rony Lopes chega emprestado pelo Manchester City para fazer o seu crescimento futebolístico no Estádio Pierre-Mauroy, onde René Girard devolveu organização e qualidade. Sendo uma equipa de menores recursos do que os seus principais adversários, a verdade é que o Lille tem tudo para reivindicar, de novo, um lugar no pódio.
Nomes que fazem história
O campeonato francês continua a apaixonar muitos pela qualidade técnica dos seus jogadores e pelo equilíbrio entre as diferentes equipas. Alguns nomes vão tornar a história desta Liga ainda mais atraente. Claude Makelele faz a sua estreia como técnico principal no banco do Bastia. Aquela que é uma das equipas mais lutadoras deste campeonato receber um teórico da organização defensiva, o que aumenta a curiosidade sobre o lugar que poderá vir a ocupar nesta Liga. Outra estreia de um ex-internacional francês verifica-se em Bordéus, onde Willy Sagnol terá oportunidade de trabalhar um grupo que tem estado na primeira metade da tabela, mas sem direito a grandes brilhos.
Entre os clubes, a curiosidade recai naquilo que poderão fazer emblemas como o Lyon ou Saint-Étienne, dois históricos gauleses. O Lyon aceita o seu papel de parente pobre da competição, apostando sobretudo em jogadores da formação que, no ano passado, terminaram em quinto lugar e deixaram água na boca com a ideia de poder chegar um pouco mais alto. Os Verts ficaram perto de disputar as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões e voltarão a dividir as suas atenções pela Liga Francesa e a Liga Europa. Com Monnet-Paquet a chegar como reforço, depois de ter renascido com a camisola do Lorient, o Saint-Étienne lutará para manter o nível no topo da tabela.