Novak Djokovic – Rafael Nadal (ATP Masters Madrid)
Quando Nadal carimbou a passagem aos quartos de final todos ficamos a antecipar o quadragésimo nono duelo entre ele e Djokovic. Mas o sérvio resolveu tirar-nos o tapete, ainda que por pouco tempo, perdendo o primeiro parcial frente a Bellucci por 6-0! O espanhol pode ter ficado mais uma hora em court mas o número um mundial levou um susto e tanto. Também desgasta.
Rafael Nadal superou uma prova muito exigente para marcar presença nestes quartos de final. O maiorquino precisou de mais de duas horas e meia em court para levar de vencido Nick Kyrgios (6-7, 6-2, 6-4). Era o segundo duelo entre ambos e no primeiro o então ainda adolescente australiano fez o seu cartão de apresentação ao topo da hierarquia do ténis, vencendo na relva de Wimbledon. O número cinco mundial ainda teve a possibilidade de fechar o primeiro parcial a seu favor e assim, possivelmente, encurtar a partida. Mas o set que se tinha mantido taco a taco até ao tie break inclinou definitivamente para o lado de Kyrgios, na fase decisiva. Mas o espanhol reagiu da melhor forma, entrando a matar no segundo set e quebrando o serviço do adversário logo a abrir. Aliás, Nadal venceu os dois primeiros jogos do parcial sem ceder um único ponto a Kyrgios. E não ficaria por aqui. Em pouco tempo estava a vencer por 5-1. A 2-5 o australiano ainda teve três pontos de break à sua disposição mas não conseguiu aproveitá-los. O número vinte mundial foi assistido no court devido a dores na anca, que o vinham a incomodar, e o tratamento parece ter ajudado. No terceiro set os dois entraram a jogar de forma muito agressiva mas o break à maior que o espanhol arrancou no terceiro jogo foi o suficiente para se manter no comando da partida e ganhar o encontro.
Thomaz Bellucci, o brasileiro que nunca esteve sequer perto de vencer Novak Djokovic, venceu o primeiro set dos oitavos de final por nada penos que 6-0. Eu repito para os incrédulos: seis a zero! Em toda a sua carreira, que já vai longa e com muitas partidas nas pernas o sérvio só por três vezes sofreu um desaire desta estatura num set. E a anterior tinha sido já em 2012. Parecia uma coisa a sair da Quinta Dimensão, sobretudo quando percebemos que no campo ao lado Berdych passava pelo mesmo, frente a Goffin. O primeiro jogo do segundo set, com Nole a servir, demorou o que pareceu uma eternidade, com as vantagens a mudar de lado por várias vezes. Foi o momento decisivo. Se Djokovic não fosse capaz passar para a frente a coisa ia ser dramática. Claro que o brasileiro, do outro lado, mal conseguia acreditar na oportunidade e, confiante, dava luta. Não se vislumbrava nenhuma limitação física no líder da hierarquia mas o certo é que Djokovic nunca conseguiu demonstrar aquele domínio a que nos habituou. Nunca foi capaz de meter aquela última velocidade a que recorre quando precisa de se distanciar. Fez também vinte e nove erros não forçados, o que diz muito da sua atuação. Nos dois últimos parciais o sérvio lá conseguiu as quebras de serviço necessárias para os vencer e encerrar a partida (6-7, 6-3, 6-4).
2016 | Masters de Indian Wells | Djokovic |
2 | 7 | 6 | SF |
Nadal | 0 | 6 | 2 | |||
2016 | Doha | Djokovic |
2 | 6 | 6 | F |
Nadal | 0 | 1 | 2 | |||
2015 | Finais do World Tour | Djokovic |
2 | 6 | 6 | SF |
Nadal | 0 | 3 | 3 |
Novak Djokovic nunca perdeu antes dos quartos de final no Masters de Roma mas hoje levou um grande susto. Não deixa de ser pena que um embate entre o sérvio e Rafael Nadal, ainda para mais com o espanhol a subir de nível e em terra batida, aconteça logo nesta fase de um torneio. Normalmente é lá mais para a frente, meias-finais e finais. Será o quadragésimo nono encontro entre ambos e neste momento o número um mundial já passou para a frente (vinte e cinco triunfos contra vinte e três).