Novak Djokovic – Rafael Nadal (ATP Masters Indian Wells)
A segunda meia-final de Indian Wells coloca frente a frente Djokovic e Nadal. Não será um duelo épico como assistimos repetidamente há uns anos mas ninguém consegue ficar indiferente. Djokovic teve que cerrar os dentes para bater Tsonga nos tie breaks. Nadal exibiu um nível de intensidade e de ténis com vislumbres do passado, o que é sempre entusiasmante. Ser capaz de bater Nishikori, com tanta segurança, foi coisa que o espanhol não se coibiu de festejar efusivamente.
Novak Djokovic segue o trajeto para conquistar o seu terceiro título consecutivo em Indian Wells. Como as coisas estão no ténis mundial pode-se dizer que começamos cada torneio em que o sérvio está presente pelo fim. Ou seja, dando como quase certo que ele será o vencedor, e depois, etapa a etapa, vamos analisando quem estará em melhor condição para lhe travar o caminho. Federer, o homem a quem Novak venceu as duas últimas finais do Masters 1000 californiano está a recuperar de lesão. Murray, o número dois mundial, foi eliminado numa fase precoce e Wawrinka também já lá vai. Em 2015 Djokovcic conquistou seis dos nove torneios da serie Masters 1000 e só num deles deixou de ir à final – em Madrid, porque retirou o seu nome.
O número um mundial tem quatro troféus conquistados em Indian Wells. A sua participação, desta vez, começou um pouco lenta. Porque podia. Fratangelo (2-6, 6-1, 6-2) e Kohlschreiber foram um treino para Djokovic entrar no ritmo. Diante de Feliciano López esperava-se maior dificuldade mas aconteceu extamente o contrário. Mesmo sem se aplicar a fundo o sérvio foi demasiado para o espanhol processar (6-3, 6-3). O panorama mudou substancialmente quando se cruzou com Jo-Wilfried Tsonga. O francês está muito bem, física e mentalmente, e finalmente o líder da hierarquia teve um desafio à altura. A partida esteve taco a taco, parada-resposta, mas assim que chegava aos tie breaks Djokovic entrava em modo demolidor. Nesses momentos decisivos foi a capacidade de concentração e de ser extraordinário ponto sim, ponto sim, que fez a diferença (7-6, 7-6). Tsonga acusava a ansiedade e tinha oscilações de rendimento, Novak não.
Temos a noção exata de como as coisas mudaram quando o apuramento de Rafael Nadal para as meias-finais de um Masters é notícia. A própria progressão do espanhol no torneio, que já venceu por três vezes – em 2007 a Djokovic, em 2009 a Murray e em 2013 a Juan Martin del Potro – foi de certa forma uma história de superação. Depois de aquecer com Muller (6-2, 2-6, 6-4), Rafa atacou Fernando Verdasco (6-0, 7-6), responsável pela sua saída precoce do Open da Austrália. Missão cumprida. O opositor seguinte foi o “número um do futuro”, Alexander Zverev. O espanhol perdeu o primeiro parcial no tie break e reagiu reclamando o segundo por 6-0. No derradeiro teve que salvar um match point do jovem alemão – há quem diga que foi Zverev a desperdiçá-lo – para dar a volta e acabar por seguir em frente. Nos quartos de final Rafa enfrentava Kei Nishikori e ele vinha preparado para a dura batalha. Sobretudo no primeiro set o espanhol jogou a muito bom nível. Foram frequentes as pancadas em que se viu aquela profundidade que só Nadal sabia dar. E a intensidade, em especial na particularidade de não dar nenhuma bola por perdida, também esteve presente. No segundo set o japonês deu outra conta de si, depois de se livrar de algum nervosismo inicial. A vitória (6-4, 6-3) foi efusivamente festejada pelo número cinco mundial.
2016 | Doha | Djokovic | 2 | 6 | 6 | F | ||||
Nadal | 0 | 1 | 2 | |||||||
2015 | ATP Masters Cup | Djokovic | 2 | 6 | 6 | SF | ||||
Nadal | 0 | 3 | 3 | |||||||
2015 | Beijing | Djokovic | 2 | 6 | 6 | F | ||||
Nadal | 0 | 2 | 2 | |||||||
2015 | Roland Garros | Djokovic | 3 | 7 | 6 | 6 | QF | |||
Nadal | 0 | 5 | 3 | 1 | ||||||
2015 | Monte Carlo | Djokovic | 2 | 6 | 6 | SF | ||||
Nadal | 0 | 3 | 3 |
Novak Djokovic e Rafael Nadal já se defrontaram por vinte e sete vezes e ao vencer os últimos cinco embates de enfiada o sérvio recuperou do atraso e passou para a frente, com vinte e quatro vitórias contra vinte e três do espanhol. A última vitória de Rafa foi na final de Roland Garros, de 2014, o seu último título de um Grand Slam. Desde então não voltou sequer a roubar um set a Novak.