Novak Djokovic – Kei Nishikori (Open da Austrália)

O número um mundial foi obrigado a cinco sets para levar a melhor sobre Gilles Simon e vai ter que apresentar o seu melhor jogo nestes quartos de final. Nishikori foi implacável a despachar Jo-Wilfried Tsonga, em sets diretos, e já avisou que se sente em forma e confiante para o que está para vir. Está na altura de Novak Djokovic meter a última velocidade, para ir atrás do seu sexto título do Open da Austrália.

Novak Djokovic venceu por cinco vezes o Open da Austrália: três à custa de Andy Murray (2011, 2013, 2015), uma a Nadal (2012) e uma a Tsonga (2008). A campanha para tentar o sexto troféu do primeiro Major do ano seguia em velocidade cruzeiro para o número um mundial. Bateu Chung (6-3, 6-2, 6-4), Quentin Halys (6-1, 6-2, 7-6) e Andreas Seppi (6-1, 7-5, 7-6) sem ceder um único set. Ainda que o italiano tenha discutido ponto a ponto o segundo parcial e o tenha forçado a um tie breack n set decisivo. Até encontrar Gilles Simon do outro aldo da rede, nos oitavos de final, na manhã de domingo (6-3, 6-7, 6-4, 4-6, 6-3). O francês, décimo quinto da hierarquia ATP, foi o primeiro grande teste ao ténis do sérvio, e por pouco não abreviava a sua passagem pelo Melbourne Park. Novak marcou presença nos quartos de final dos últimos vinte e sete torneios da série Grand Slam, portanto seria um escândalo e tanto se a coisa tinha dado para o torto. Para reforçar a ideia, a última vez que falhou os quartos de final de um Major foi em 2009, em Roland Garros.

A exibição, em termos daquilo a que o sérvio nos habituou a esperar, e que ele próprio exige de si mesmo, ficou muito aquém. Djokovic foi o primeiro a reconhecê-lo quando disse que seriam de esperar alguns erros não forçados quando se defrontam um dos melhores e mais experientes tenistas a contra-atacar do circuito, mas foi um exagero. O líder do ranking fez cem erros não-forçados no encontro. Sim, perceberam bem: cem. E só conseguiu converter seis dos vinte e cinco pontos de break de que dispôs. Portanto, os cinco sets a que se viu forçado não foram um acidente. Gilles Simon colocou-se uns metros atrás da linha de fundo e obrigou Djokovic a várias trocas de bola para conseguir cada ponto.

Por isto mesmo, Novak sabe que tem que trazer o seu melhor para o court amanhã de manhã.

Ao contrário do sérvio, Kei Nishikori já teve os seus momentos de desafio nesta edição do Open da Austrália. Em teoria, só o adversário da segunda ronda, o norte-americano Austin Krajicek (top-100) seria mais acessível. Mas todos acabaram por apresentar diferentes dificuldades. Kohlschreiber (6-4, 6-3, 6-3) e Krajicek (6-3, 7-6, 6-3) caíram em sets diretos. Mas a seguir veio Guillermo Garcia López, o que significa que logo na terceira ronda o nipónico teve que se esmerar (7-5, 2-6, 6-3, 6-4). Talvez por esse nível de exigência competitiva, Nishikori chegou a um ritmo alto aos oitavos, batendo o companheiro do top-10, com grande naturalidade (6-4, 6-2, 6-4). O número sete mundial exprimiu a sua satisfação com os níveis físicos e tenísticos que exibiu. Mas também disse que não estava à espera de conseguir quebrar o serviço de Tsonga tão cedo e ao fazê-lo em cada um dos parciais a sua progressão ficou bastante mais facilitada.

Este é o segundo ano consecutivo em que Kei avança para os quartos de final do torneio australiano – terceiro no total. Em 2012 foi eliminado por Murray, e no ano passado o carrasco foi Stan Wawrinka.

2015	Finais do World Tour	Djokovic	2		6	6
		Nishikori	0		1	1
2015	Masters de Roma	Djokovic	2		6	3	6			QF
		Nishikori	1		3	6	1
2014	Finais do World Tour	Djokovic	2		6	3	6			SF
		Nishikori	1		1	6	0
2014	Masters deParis	Djokovic	2		6	6				SF
		Nishikori	0		2	3
2014	US Open	Nishikori	3		6	1	7	6		SF
		Djokovic	1		4	6	6	3

Djokovic e Nishikori já se defrontaram por sete vezes e o sérvio lidera a série, com cinco vitórias contra apenas duas do japonês. O último triunfo do tenista menos cotado aconteceu na semifinal do US Open de 2014, evento em que foi finalista.