Esta segunda-feira, Navak Djokovic regressou ao topo do Emirates ATP Rankings, ultrapassando o espanhol Rafael Nadal. Para isso, “bastou-lhe” bater Roger Federer numa final épica, em cinco sets, e sagrar-se pela segunda vez campeão em Wimbledon. Mas alterações no ranking não se ficaram por aqui. Federer trocou de posição com o compatriota Wawrinka e está agora em terceiro lugar. Raonic e Dimitrov dão saltos significativos. O maior tombo coube ao escocês Andy Murray, que desce para número dez. João Sousa sobe uma posição e está de volta ao Top-40.
Uma final como todas deviam ser
A final de Wimbledon foi absolutamente fantástica. Foi tudo o que a luta por um título de um torneio do Grand Slam devia ser. Dois tenistas imensos frente-a-frente, qualidade e empenho irrepreensíveis, equilíbrio, superação, inteligência. Como assistir a uma partida de xadrez entre dois mestres, onde há apenas uma peça a cobrir todo o tabuleiro. Federer esteve a um nível que há anos não o víamos. Como Djokovic dizia no discurso final, “é por isso que ele tem dezassete títulos de Grand Slam”, não é um jogador qualquer. Pela mesma ordem de razão, este troféu tem um sabor especial para o sérvio. Não só voltou a triunfar na relva de Wimbledom, onde já tinha ganho em 2011, como voltou a ser número um mundial, suplantando Rafa Nadal. E fê-lo diante de um dos maiores tenistas e campeões de toda a história da modalidade. Este troféu foi também o primeiro Grand Slam que conquistou desde a vitória no Open da Austrália, de 2013. Este intervalo já parecia absurdo para um atleta com as capacidades de Novak Djokovic. A parceria com Boris Becker está mais do que justificada e tem ajudado muito o sérvio a manter o foco nos momentos decisivos. Talvez só não seja suficiente para o empurrar para a vitória em Paris, tudo o resto está ao alcance da mão de Nole. A tremenda consistência – quatro títulos em cinco finais disputadas – e a melhor resposta ao serviço do circuito valem-lhe a posição de número um e a presença nas Finais da temporada.
Subidas e descidas
Rafa Nadal passa a número dois mas a verdade é que, com a queda na primeira ronda do ano passado, quase não tinha pontos a defender em Wimbledon. Vejamos como se comporta nos pisos sintéticos. A primeira final de um Grand Slam desde 2011 valeu a Roger Federer a terceira posição do ranking, trocando de lugar com Stanislas Wawrinka. As maiores subidas são as de Milos Raonic, de nono para quinto, e Grigor Dimitrov, de décimo terceiro para nono. Chegar às meias-finais de um Major não é para qualquer um e os dois tenistas de vinte e três terminaram, em Wimbledon, a sua formação. Já não são jovens promessas, estão ambos entre os melhores para conquistar definitivamente o seu espaço. Tanto um como o outro tornaram-se os primeiros tenistas dos seus respetivos países – Canadá e Bulgária – a entrar no Top-10.
Murray abaixo do par
A grande desilusão no torneio britânico foi sem dúvida o campeão da edição anterior. Desta vez Andy Murray caiu nos quartos-de-final, às mãos de Dimitrov, tendo dado luta apenas no segundo dos três parciais. Os britânicos esperaram setenta e dois anos para que um súbdito de Sua Majestade vencesse no All England Club e muitos acharam que agora ia ser um acontecimento regular. A prestação de Murray foi um choque com a realidade. Ele tem a capacidade de voltar a levantar aquele troféu mas tem, também, concorrência de peso. Se Federer já é uma estrela a preparar a saída, Djokovic estará pelo circuito por muitos e bons anos. Nadal ainda não é carta fora do baralho e já há sangue novo a presentar credenciais.
João Sousa, o tenista português mais bem cotado de sempre, subiu uma posição no ranking e está de volta ao lugar quarenta do circuito ATP.