O que era esperado aconteceu e o Bayern Munique confirmou esta semana a conquista do título alemão. Como bem ilustrou Jurgen Klopp, é preciso um telescópio para ver o Bayern e os 25 pontos de distância são apenas uma das medidas para avaliar esse distanciamento, já que também ao nível financeiro, como na capacidade de continuar a contratar jogadores nos seus principais rivais se vai assistindo a essa construção de uma mega-equipa na capital da Baviera.

Pep Guardiola, não restem dúvidas, é um dos grandes obreiros deste Bayern Munique, digno sucessor daquele que, há um ano atrás, terminou a Bundesliga com os mesmos 25 pontos de distância do Borussia Dortmund. Esse número, que ainda pode ser batido, pode esconder, uma vez mais, as diferenças entre os dois conjuntos, entre as duas filosofias, mesmo que possa ainda lançar algumas dúvidas sobre a forma como os concorrentes do Bayern podem, de facto, concorrer com os bávaros. Para o melhor e para o pior, já se sabe que Lewandowski será o próximo a trocar a camisola amarela pela vermelha.

Um título de recordes

Superando o título do ano passado em uma jornada, o Bayern Munique, edição 2013/14, foi o campeão mais rápido de sempre da história da Bundesliga. Nos onze jogos que faltam, o Bayern tem agora como objetivo igualar outros recordes. Para começar, terminar a época sem qualquer derrota, depois de no ano passado ter perdido apenas uma vez. Depois, conseguir os 91 pontos somados e os 98 golos marcados. Atingir os três dígitos em ambas as categorias colocaria esta equipa em posição praticamente inalcançável. A nível defensivo, o exercício é bem mais exigente, com o Bayern a poder sofrer apenas mais cinco golos, se quiser igualar a marca da equipa orientada por Jupp Heynckes.

Bayern Munique festa do titulo

A festa do título teve lugar em Berlim

Se alcançar algum destes feitos, o Bayern de Pep Guardiola estará a ultrapassar o Bayern super ofensivo de 1971/72, onde com jogadores como Gerd Muller e Franz Beckenbauer, alcançaram 101 golos marcados. Quem já merece, também, um lugar na história do maior clube alemão é Bastian Schweinsteiger, que soma agora sete títulos da Bundesliga, apenas a um de Oliver Kahn e Mehmet Scholl. A marcar a diferença está o facto do médio ter chegado a este número com apenas 29 anos, quando os seus antigos colegas de equipa e seleção, fizeram-no já com mais de 30 anos.

O que falta alcançar?

No ano passado, a equipa de Jupp Heynckes somou ainda títulos na Liga dos Campeões e na Taça da Alemanha. Ambos estão ao alcance de Pep Guardiola, que também já adicionou o título de Campeão do Mundo de Clubes ao seu currículo. Na Taça da Alemanha, os bávaros vão receber o Kaiserslautern, que evolui na 2ª Bundesliga, em jogo a contar para as meias-finais. Um reencontro com o Borussia Dortmund, equipa que roubou o único título perdido pelo Bayern este ano, a Supertaça, é o jogo mais esperado para a final. Na Liga dos Campeões, os quartos-de-final marcaram um encontro com o Manchester United, gigante em crise. Também aí a chegada do Bayern Munique à final é o resultado esperado, ainda que o sorteio lhe possa reservar encontros de exigência superior.

Esta temporada poderá marcar alguma evolução ao percurso iniciado no ano passado, mas o desafio de Pep Guardiola é prolongar esse efeito no tempo. Repetir a conquista de títulos pelo prazo mais alargado possível, de maneira a colocar o seu nome na história do futebol associado a outra grande equipa. Tal é o desafio do catalão. Fazer dos grandes equipas memoráveis.

Boas Apostas!