O número um do mundo continua a alargar a sua “pegada ecológica”. Este domingo Novak Djokovic acrescentou mais um pedaço de história ao seu currículo, ao vencer Monte Carlo pela segunda vez. Ao fazê-lo, tornou-se o primeiro homem a vencer os três primeiros Masters 1000 da temporada. Neste momento parece não haver adversário à sua altura. O sérvio avança a passos largos para Roland Garros. Quem será capaz de o travar?
Mais um pedaço de história
Novak Djokovic venceu, pela segunda vez na sua carreira, o Monte Carlo Rolex Masters, derrotando no domingo o checo Tomas Berdych. Uma final sofrida, com direito a interrupção e incerteza devido à chuva. Com todo o respeito pelo adversário, o sofrimento adveio das condições próprias do número um mundial. Nole disse no final que tinha ganho com o coração, mais que com o ténis.
Com mais este título o sérvio tona-se o primeiro tenista do circuito a vencer os três primeiros Masters 1000 da temporada de enfiada. Nunca ninguém o tinha feito. Foi a seu vigésima terceira conquista num Masters e olhando um pouquinho mais para trás verificamos que Djokovic venceu os últimos sete principais torneios do calendário ATP – começando no Paris Bercy, passando pelas World Tour Finals, os Masters de 2015 e o único torneio do Grand Slam já disputado. Impressionante é um eufemismo!
Um parêntesis para Berdych. Tem tido um arranque de época fantástica mas esbarra sempre nos momentos decisivos. Atingiu as meias-finais ou melhor em seis dos sete torneios em que participou. Mas perdeu as três finais que disputou. E só saiu por cima em duas de sete ocasiões frente a opositoes do top-10 – Nadal, no pior momento, em Melbourne e Raonic, no Mónaco, por desistência do canadiano. Apesar da crescente consistência do seu jogo, ainda há um fosso entre o checo e os homens do topo.
Correr sozinho
Nole leva um registo de trinta e uma vitórias para apenas dois desaires nesta temporada. Naturalmente, neste momento a curiosidade é saber se o sérvio pode superar o melhor ano da sua carreira. Em 2011 Djokovic só perdeu a primeira partida em Maio, na final de Roland Garros, único Grand Slam que lhe escapou, dessa vez, para o suspeito do costume. Em 2015 já foi derrotado – por Karlovic e Federer – mas nesse ano record Novak nem participou em Doha e no Dubai. Esta temporada já leva na bagagem os títulos do Open da Austrália, Indian Wells, Miami e Montecarlo e, a esta data, tem mais pontos no Ranking ATP que Roger e Rafa juntos.
Até às meias-finais o sérvio fez a progressão em ritmo de passeio e nenhum adversário o obrigou a mais de uma hora em court. Até chegar a vez do espanhol. No rescaldo da conquista no Principado o número um mundial declarou que tinha jogado o seu melhor ténis da semana frente a Rafael Nadal. A tal ponto que se sentiu física e mentalmente esgotado no final desse embate, cujo marcador (6-3, 6-3) não reflete a luta até aos momentos decisivos da partida. Da alegria evidente do sérvio ao sentir-se desafiado escreveremos noutra altura. O que interessa agora ressaltar é que, ao contrário de 2011, Novak Djokovic sabe ganhar feio. Ele sabe que mesmo quando está cansado, desconcentrado pelas contrariedades – como aconteceu com a chuva ou com algum desconforto físico – é capaz de vencer. Quando ele mete última velocidade, ninguém o consegue acompanhar.
Agora o sérvio vai fazer um pause de duas semanas para desligar e descansar, para estar em família. Volta no Mutua de Madrid, retomando o caminho para a final de Roland Garros. E, talvez, para a sua melhor época de sempre. A não ser que alguém o trave.