Níger – Rep. Democrática do Congo (CAN 2013)

Na segunda jornada da Taça das Nações Africanas, Níger e Rep. Dem. Congo jogam as suas chances no Grupo B. Enquanto o conjunto nigerino foi, provavelmente, o mais fraco de todos aqueles que entraram em campo nesta competição, os congoleses mostraram que os anos fora da CAN não terão sido desperdiçados e têm agora uma equipa capaz de lutar por uma presença nos quartos-de-final.

Gernot Rohr está, de fato, à frente da equipa mais frágil e com menos soluções da competição. A equipa do Níger levanta-nos várias questões, sendo a principal delas, como é que uma equipa destas consegue apurar-se, pela segunda vez consecutiva, para a CAN, ainda para mais tendo deixado pelo caminho a Guiné-Conacri, uma das boas seleções do continente nas últimas épocas? A vantagem que parece significar jogar em casa é muito difícil de replicar nas fases finais e o Níger somou mais uma derrota, dando poucos sinais de poder mudar o seu destino na competição.

Maazou, a estrela da companhia, voltou a divagar abandonado na linha da frente, onde os esforços de Modiba Sidibé para fazer mossa nas defensivas adversárias vão parecendo estéreis. Apesar do esforço de alguns jogadores, como Issoufou Boubacar, na linha intermédia, a equipa nigerina perde demasiadas bolas e rapidamente se sente obrigada a tentar um futebol mais direto, o que não beneficia em nada as características dos seus principais jogadores.

Ao nível defensivo, a equipa do Níger foi sobrevivendo perante um Mali mais calculista, mas se atendermos à capacidade ofensiva e à velocidade demonstrada pela equipa congolesa, não parece crível que Daouda, o guarda-redes, consiga completar os noventa minutos sofrendo apenas um golo.

O conjunto da Rep. Democrática do Congo, liderado pela “velha raposa” Claude Le Roy, foi das equipas mais entusiasmantes da primeira jornada da CAN. A chave da equipa é o seu trio ofensivo, onde o baixinho Trésor Mputu não dá descanso a ninguém nas defesas contrárias. O avançado do TP Mazembe já chegou a ser comparado a Eto’o, mas as suas características apontam noutra direção. Muito rápido e com excelente domínio de bola, Mputu recorre à finta para avançar nos espaços abertos na defesa.

A conquistar esses espaços estão o experiente LuaLua e o Mbokani, dois excelentes avançados em termos de posicionamento e com capacidade finalizadora. LuaLua é agora um jogador que se faz valer dos muitos anos de competição, enquanto Mbokani é um jogador mais físico, mais próximo do que será a típica figura do ponta-de-lança. Mputu, a finalizar uma jogada de criatividade, e Mbokani, numa grande penalidade, foram os autores da reviravolta no jogo da primeira jornada.

No meio-campo, é de destacar a influência dos jogadores mais rodados da equipa, Makiadi e Mulumbu, que permitem o foco da equipa nas funções ofensivas. A nível defensivo, a equipa de Claude Le Roy apresentou algumas lacunas na primeira parte, conseguindo, ao reter a bola em sua posse, ultrapassar esses problemas na segunda metade. Frente ao Níger, espera-se que os congoleses reafirmem os seus melhores momentos, já que terão espaço e domínio de jogo para conquistar uma vitória fácil.

Esta será a primeira vez que as duas equipas se irão encontrar, abrindo assim uma história de confrontos onde, no imediato, a Rep. Dem. do Congo tem tudo para dominar. Pelo menos enquanto não tiver que jogar no Níger, onde a seleção local parece ganhar poderes mágicos sobre os seus oponentes. Na CAN 2013, o Níger deverá poder arrumar já as suas malas, enquanto os congoleses conseguirão uma vitória que lhes deixa caminho aberto para os quartos-de-final.

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