Na Conferência Nacional a questão não foi tanto de reviravoltas ou falhanços de última hora. É a de haver vários galos para o poleiro e ser muito difícil antecipar um favorito. Carolina Panthers e Arizona Cardinals têm os melhores registos e beneficiam do descanso na primeira ronda. Os Seattle Seahawks vieram de trás mas neste momento são, provavelmente, a equipa que todos querem evitar. Os Packers perderam a divisão para os Vikings mas isso até pode vir a ser uma vantagem.
O ano da pantera
Até onde vão chegar estes Carolina Panthers é complicado de perceber mas ninguém lhes pode retirar o estatuto de melhor equipa da temporada regular. E passe o pleonasmo, a mais regular. Cam e companhia falharam à tangente o pleno nesta fase inicial (15-1) mas a derrota frente aos Falcons até pode ter sido o abanão de que precisavam para acordar. Na jornada de fecho da primeira fase a equipa orientada por Ron Rivera mostrou, mais uma vez, que é um portento de recursos e força em todos os setores do jogo. Newton fez mais uma exibição digna do título de MVP. Dois touchdowns no passe e outros tantos pelo próprio pé. Não havia Ted Ginn em campo? Não há problema, faz-se de Devin Funchess estrela instantânea. O quarterback esta num momento em que tudo lhe sai bem, explora todas as opções que a sua condição atlética lhe permite e finalmente tem elenco de suporte à sua altura, tanto na equipa ofensiva como na defensiva.
Pela primeira vez na sua história Carolina chega aos play-offs com vantagem caseira para manter até ao fim.
A espetacularidade do Superman em ação
O Boom de Seattle
Sem surpresa, os Seahawks chegam a esta fase da Liga ao rubro, com Russell Wilson a rivalizar com Newton nas exibições para MVP. A única nota a destoar foi o arranque da temporada, um pouco tremido para aquilo a que Seattle nos habituou sob o comando de Pete Carroll. No domingo arrasaram por completo os Cardinals, vencendo em Phoenix por trinta pontos de vantagem (36-6). Esta equipa está motivada, a carburar forte e tem grande experiência nestes jogos decisivos já que nos último anos é passageiro frequente no percurso para o Super Bowl. Neste momento é o adversário que todos gostariam de evitar, se pudessem escolher. Mesmo não sendo a mesma unidade intimidante das épocas passadas a defesa dos Seahawks é, pelo quarto ano seguido, a que menos pontos permite aos opositores na temporada regular.
O regresso dos angry birds
Bruce Arians não estava nada satisfeito. Os Cardinals fizeram o seu pior jogo da época no domingo e ter sido contra os Seahawks não é desculpa suficiente. Apesar do treinador principal afirmar que iam encarar este embate como se o campeonato começasse ali a verdade é que Arizona já tinha os seus objetivos alcançados antes de entrar em campo e isso leva a uma descompressão natural. Esta exibição não reflete de todo o real valor da equipa (13-3) e o vídeo desta partida vai ser material de trabalho para as próximas duas semanas, já que os Cardinals ficam a seguir pela televisão o fim de semana dos wildcards.
Um passo atrás para ir mais longe?
Na última jornada os Packers foram batidos em Lambeau Field pelos Minnesota Vikings, entregando assim o título da NFC Norte aos visitantes. Não é propriamente uma surpresa já que Green Bay esteve longe de ser a equipa dominadora que conhecemos nos anos anteriores. Os problemas evidentes foram mais uma vez no ataque, onde continua a haver desacerto entre Aaron Rodgers e as suas armas ofensivas. Mas esta derrota acaba por ser uma vantagem estratégia já que o campeão da divisão vai defrontar Seattle na primeira ronda dos play-offs. Assim, os Packers evitam medir forças com o adversário mais temível – e cair, digo eu – logo no primeiro jogo da post-season. Atenção, a eliminatória com os Redskins não está ganha à partida. Mas é, sem dúvida, mais ultrapassável que a alternativa.
Aconteça o que acontecer há equipas nesta conferência que ficarão pelo caminho e mereciam disputar o Super Bowl. Mas ao fim só podem chegar duas e até lá vamos ver grandes jogos de futebol americano, isso é garantido.
