RomoA NFC brindou-nos com o melhor e o pior que a ronda de wildcards tinha para mostrar. O melhor encontro foi, sem dúvida, Dallas contra Detroit. Os Lions souberam bloquear uma das linhas ofensivas mais eficazes da temporada e ganharam vantagem no marcador. Mas os Cowboys foram capazes de encontrar a estratégia para dar a volta ao resultado. O pior foi mesmo Arizona, que jogou tão mal que fez Carolina brilhar. O papel de vilão coube aos árbitros, com uma decisão que, não sendo determinante, perturbou o desenrolar da partida em Dallas.

Panthers coxos mas determinados e os Cardinals sob a luz dos holofotes

Os play-offs de 2015 tiveram pontapé de saída em Charlotte, com os Panthers a receber a equipa de Bruce Arians. Os Cardinals, que chegaram a estar 9-1 quando ainda tinham um quarterback aceitável, chegaram aos play-offs por entre os pingos da chuva. E de repente, como muitos tinham antecipado, acenderam-se as luzes e Arizona ficou exposta. Por mais engenho que tenha o seu treinador, não é possível disfarçar quando se está a jogar com a terceira opção do plantel na posição mais determinante do jogo. Não quando se chega aos play-offs. Não foi só Lindley que ficou aquém do necessário para seguir em frente. A defesa dos Cardinals também fracassou a toda a linha, ao ponto de Carolina ficar bem na fotografia. Arizona fez um total de setenta e oito jardas em toda a partida – uma média de 1.7 jardas por tentativa. Os Panthers seguem em frente, é a primeira vitória da equipa nesta fase da temporada e em jogos a eliminar tudo é possível. E fizeram-no com sete rookies, estreantes nestas andanças, e com muito querer. Cam Newton continua limitado fisicamente e a mecânica dos lançamentos foi complicada. Mas foi um líder em campo, empurrando a equipa e os companheiros para a frente. Resta ver se esta vontade chega para superar o obstáculo chamado Seahawks.

Romo fez das suas

Já se esperava que a visita dos Lions a Dallas fosse o encontro deste fim de semana. Só ninguém antecipou o enredo. A melhor defesa da competição rapidamente se colocou na frente do marcador. Catorze a zero, dezassete a sete ao intervalo. Os Cowboys simplesmente não conseguiam segurar a bola, quanto mais avançar com ela. Uma O-Line que encantou durante toda a temporada regular estava a desmoronar diante dos seis homens da defesa de Detroit. E quem pagava a favas era Tony Romo, constantemente importunado. Mas com o touchdown antes de sair para intervalo manteve Dallas na luta e a segunda parte foi bem distinta da primeira. Os Cowboys adaptaram-se. DeMarco Murray começou a encontrar espaço para avançar e, surpresa, Romo conseguiu repetir nos play-offs o que nos habituou a fazer na temporada regular, converter as terceiras tentativas.

Arbitragem demasiado ruidosa

O jogo ficou marcado pela polémica. Verdade seja dita que a equipa de arbitragem teve decisões erradas para os dois lados e que não foi pelo lance mais contestado que Detroit perdeu o jogo. Perdeu porque nos três últimos períodos não foi além de dois field goals. A pouco mais de oito minutos do fim foi assinalada uma falta – pass interference – que, a ser confirmada daria aos Lions First & 10. Ao invés, o árbitro Pete Morelli voltou atrás na decisão, tão rápido que a realização televisiva nem acompanhou e ficou toda a gente a reclamar. O problema é que este não foi um caso isolado. A arbitragem tem sido de fraca qualidade e há quem atribua isso ao facto dos árbitros não atuarem nos play-offs com as suas equipas habituais, são reunidos conforme a sua prestação durante a época, que falta entrosamento e critérios claros.