Os New York City venceram por 3-1, este fim-de-semana, na recepção aos Atlanta United, numa partida em que Patrick Vieira voltou a deixar Andrea Pirlo fora do seu onze. Desta feita, o italiano sentou-se no banco para ver uma grande exibição protagonizada pelo trio que, neste momento, torna o meio-campo dos Citizens dos mais interessantes da Major League Soccer. Olhamos para as transformações que a saída de Pirlo evidenciaram.
Um novo meio-campo
Foi sendo um tema de discussão crescente, desde o início da temporada, o papel de Andrea Pirlo na estrutura dos New York City. O italiano até parecia ser o alvo da renovação do onze, sobretudo no meio-campo, onde a chegada de Ring e Maxi Moralez lhe permitiam uma maior dedicação ofensiva. Em termos estruturais, Vieira vinha deixando Pirlo numa posição mais central, com Ring a funcionar como 8 e Maxi Moralez no espaço mais ofensivo do trio do meio-campo. No entanto, a incapacidade de Andrea Pirlo responder no momento defensivo, criava alguns engulhos na forma de jogar da equipa.
Perante os Atlanta United, modificou-se a abordagem, como já havia sido testado na semana anterior. Maxi Moralez mantém a mesma postura ofensiva, surgindo muitas vezes em espaços bem adiantados do terreno, mas a forma como a equipa dos New York City condicionou, sobretudo na primeira parte, a primeira fase de construção dos Atlanta, deveu-se muito à capacidade de Yangel Herrera e Alexander Ring para policiar a zona intermediária.
Como podemos ver na imagem, Herrera (30) e Ring (8) assumem bem toda a largura do terreno de jogo no que toca a acções defensivas. Ring acaba por ser o elemento com maior responsabilidade nesta fase do jogo, aparecendo com uma posição média mais central, enquanto Herrera aparecerá no espaço mais descaído na direita. Maxi Moralez é também bastante importante, funcionando à esquerda do meio-campo. A intensidade táctica que este trio impõe na forma de jogar dos New York City é ainda complementado pela presença de jogadores como White e Sweat, dois laterais de pendor mais defensivo, o que acabou por dar muita segurança à equipa.
Uma longa temporada
O ocaso de Pirlo nesta fase, ainda inicial, da temporada, pode ter, no entanto, várias leituras. Se alguns analistas falam no ultrapassar da data de validade do italiano, por outro lado parece pouco crível que Patrick Vieira abdique das qualidades que um dos jogadores com mais currículo do plantel. Em termos de presença no balneário, Pirlo continua a ser uma voz bastante respeitada, podendo até funcionar como patrono da evolução de jovens como Ring e Herrera. Por outro lado, Pirlo será, com certeza, um elemento fundamental no momento dos playoffs, reservando-se ao longo da temporada para estar em perfeitas condições nessa fase.
Estas mudanças revelam que, no mercado, os New York City dotaram Patrick Vieira de opções que, no ano passado, não tinha. Quer na faixa lateral esquerda da defesa, tal como no centro, no meio-campo como aqui ficou mais explorado e mesmo no ataque, com Camargo e Okoli a emergirem como opções eventuais a partir do banco de suplentes, a equipa do City apresenta argumentos para estar na corrida do título.
Boas Apostas!