Primeira temporada para os New York City na Major League Soccer e, como seria de esperar numa equipa que nasceu para ser grande, a pressão é elevado sobre o conjunto de Jason Kreis. A identificação com a marca do Manchester City e a contratação de David Villa, um dos poucos campeões do mundo a jogar neste campeonato, ajudam a isso mesmo. No entanto, nem para todos os problemas Villa é a solução. Os New York City têm apenas uma vitória em cinco encontros e precisam de encontrar respostas no dia em que recebem os Philadelphia Union.
Um plano para o ataque
Os New York City começaram o ano a apostar forte na máxima “bola no David Villa, ele resolve”. No entanto, essa ideia não poderia perdurar num campeonato como a MLS, onde semana após semana, cada técnico estuda ao pormenor as movimentações do seu adversário. O facto é que o City vem revelando cada vez mais dificuldades no momento ofensivo e, enquanto David Villa vai procurando espaço para criar oportunidades, esvazia um corredor central onde ele seria essencial para finalizar. Assim, nas partidas da equipa de New York, percebemos que existe um elemento em busca do ouro (Villa), abrindo um buraco nas suas costas (meio-campo ofensivo) e lamentando que o seu companheiro de ataque (Nemec) não seja mais proativo.
O problema alarga-se porque, com as deambulações de Villa, os extremos deixam de ter espaço. Grabavoy e Velasquez tiveram exibições apagadas no passado fim-de-semana e o gráfico tático da equipa no site da MLSsoccer.com explica porquê. Jason Kreis deixou os seus extremos autenticamente entalados entre o meio-campo e o ataque, não lhes pedindo largura, nem utilizando a sua qualidade para explorar a profundidade do terreno de jogo. Se Grabavoy, a espaços, ainda se conseguia libertar e, mais recuado, oferecia linhas de passe para Villa, Velasquez foi uma sombra de si mesmo.
Qualquer coisa de intermédio
O buraco no meio-campo ofensivo poderá ser o lugar de Frank Lampard, assim que este chegue à equipa. Mas até lá há muito campeonato para disputar. A solução até nos parece estar já em campo. Grabavoy é, sem dúvida, um jogador que poderia encontrar morada nesses terrenos, mas virá, em boa parte, das movimentações de Mix Diskerud a saída mais provável dos New York City. Até agora, o médio que fez quase toda a sua carreira na Noruega tem estado demasiado preso a uma dupla de volantes, onde Andrew Jacobson se apresenta como uma espécie de corpo de segurança. Sendo o seu companheiro tão estático, Diskerud deveria subir um ou dois passos para aparecer de olhos virados para a baliza sempre que tivesse a bola. No entanto, a Mix Diskerud é pedido que venha buscar a bola quase junto dos seus centrais, levando a que participe na saída de bola de costas para o ataque. Os adversários já perceberam e raramente lhe permitem a rotação.
A defesa como base
Não tem sido fácil ultrapassar Josh Saunders, que neste inicio de temporada se revela como um dos jogadores a destacar na equipa. Nas laterais, Jeb Brovsky oferece qualidade, normalmente utilizado na esquerda, enquanto na faixa direita a equipa tem encontrado maiores dificuldades para ter solução. O problema dos New York City surge no confronto com frentes de ataque fisicamente poderosas. Hernandez e Wingert, os centrais habitualmente utilizados por Jason Kreis, são jogadores com pouco impacto físico e perdem alguns duelos onde o corpo é chamado a intervir. A opção por Kwame Watson-Siriboe tem sido constante, sobretudo para os momentos finais das partidas.
No entanto, a facilidade com que os seus centrais jogam a bola poderia servir de inspiração a Kreis. Soltá-los no momento de saída de bola, chamando Jacobson a colocar-se entre eles, e permitindo que Diskerud e Grabavoy recebam a bola, em interação com os laterais, já de olhos nas movimentações ofensivas e na baliza adversária, parece uma solução quase óbvia para que esta equipa dos New York City possa, no relvado, cumprir com o destino que tem marcado: ser grande.