Será que a pior equipa da Conferência Oeste do ano passado pode ambicionar vir a ser melhor quando o seu jogador mais velho do seu cinco titular tem apenas 24 anos? Quin Snyder, o treinador da equipa, sabe que não é por aí que será avaliado. O valor atual dos Jazz está muito longe daquilo que é o potencial de uma equipa que arriscou bastante no Draft, ao escolher o australiano Dante Exum, que sem qualquer passado em equipas universitárias nem experiência noutras Ligas, poderá ter muitas dificuldades para encontrar o ritmo de jogo da NBA. A solução em Utah passa por tentar apressar a evolução de alguns dos seus jogadores, de maneira a que os Jazz possam tentar tocar as trinta vitórias na temporada.
Gordon Hayward tem crescido imenso para se tornar na referência da sua equipa, que conta com Derrick Favors e Enes Kanter como uma interessante dupla dentro da área restritiva. Ainda assim, com rotações frágeis, os Jazz não conseguem, noite após noite, competir com a maior parte dos seus adversários. O francês Rudy Gobert deu boa imagem de si no Mundial e é esperado que, no seu segundo ano na Liga, possa tornar-se em mais uma opção válida. Trey Burke e Alec Burks são os jogadores com maiores responsabilidades no jogo exterior, mas ambos estão ainda longe de ser jogadores ao nível dos melhores. As chegadas de Trevor Booker e Steve Novak poderão oferecer alguma experiência a um balneário que ainda anda às apalpadelas na competição.
O cinco
Trey Burke foi lançado às feras na sua temporada de rookie e não se saiu mal, ajudando a equipa a ultrapassar uma série negra de 1-11 quando esteve lesionado. Ainda assim, Burke é um jogador em construção, precisando de trabalhar a sua finalização e lançamento. É um jogador que tem problemas, fisicamente, para ser uma força na defesa. Mas é a melhor opção dos Jazz para este lugar.
Será que Hayward continuará a evoluir?
Alec Burks tem os mesmos problemas. É um jogador que ainda precisa de ser polido e com uma percentagem de lançamento que o deixa um pouco aquém do necessário para ser titular na NBA. Vai ter concorrência do rookie Rodney Hood e verá também Steve Novak entrar para conquistar minutos com o seu lançamento infalível.
Gordon Hayward evoluiu para ser uma figura na NBA e o contrato conseguido este ano pode comprová-lo. Agora cabe-lhe confirmar em campo todas as expetativas que sobre si vão crescendo, sendo que é dele que se espera a liderança do balneário dos Jazz. O mais provável é que continue a ser a figura de uma equipa que não vai descolar do fundo.
Derrick Favors é uma poderosa presença interior numa equipa que precisava de maior criatividade (e não em Favors que a encontra). Sendo um defensor muito competente, Derrick Favors pode ter abrandado a sua evolução depois de ter assinado novo contrato. Mas, com a envolvente que o rodeia, isso não chega a ser condenável.
Enes Kanter era esperado para ser figura no ano passado, mas a sua dinâmica com Favors parece demorar para ser encontrada. Ainda que o turco seja um portento físico, a sua falta de qualidade técnica poderá fazê-lo ser ultrapassado pelo francês Rudy Gobert, que ganhou cartel depois de um bom Mundial com a França.
Expetativas
Quando uma equipa aposta tudo num futuro possível, os riscos são enormes. Os Utah Jazz já têm definidos quem são os jogadores à volta de quem poderão construir equipa – Hayward e Favors – e correm o risco de, continuando a apostar em preencher o plantel com jovens jogadores, perder o fulgor destes dois. Este ano, não se espera que os Jazz possam descolar do último lugar.
