Começamos as projeções para a nova temporada da NBA com o campeão do ano passado. Os San Antonio Spurs encantaram com o seu estilo de jogo, de organização coletiva, superando-se dessa forma a equipas conduzidas por super-estrelas. Gregg Popovich voltou a ver reconhecida a sua qualidade como técnico na mais exigente liga do mundo, muitas vezes passando ao lado daquilo que a própria liga desejaria para a competição. Não se espere, de Popovich, grandes contributos para o espetáculo que rodeia o jogo. Mas, dentro de campo, poucos parecem superar o conhecimento de jogo e a exigência a que submete os seus jogadores.

Para a nova temporada, a aposta passará por manter os mesmos princípios que levaram a equipa ao título no ano passado. Sendo certo que as suas principais figuras estão um ano mais velhas, a verdade é que essa é uma ideia que se vem repetindo ao longo dos anos sem que se sinta, dentro de campo, o envelhecimento. Talvez Tim Duncan seja imortal ou a gestão de que o jogador de 38 anos vai beneficiando o mantém como elemento fundamental no cinco inicial de Popovich. A liderar as tropas, Tony Parker, que saltou o Mundial, onde a “sua” França conquistou a medalha de bronze, para estar a 100% para atacar novo título. Os seus grandes concorrentes vão alinhavando reforços para se tentarem chegar ao nível dos Spurs, mas a equipa de San Antonio parece conseguir garantir mais certezas do que incertezas.

O Cinco

Tony Parker estará longe de ser o melhor base da NBA, mas é, sem dúvida, um dos mais consistentes. Ao francês parece sempre faltar qualquer coisa para ser visto como uma grande estrela, mas os seus números oferecem uma segurança de performance que poucos parecem conseguir igualar.

Danny Green demorou algum tempo a fixar-se na liga, mas depois de três temporadas a somar uma média bem acima dos 40% da linha de três pontos, Green tornou-se num jogador incontornável no jogo de Popovich. A sua ameaça no lançamento exterior obriga o adversário a dar-lhe uma atenção especial, numa equipa onde existem várias outras ameaças para lá da linha.

Kawhi Leonard

Leonard conquistou o MVP da final passada

Kawhi Leonard foi o MVP das Finais da NBA, conquistando assim o seu espaço como uma das referências do Spurs. Aos 23 anos, Leonard sabe que representa o futuro da equipa e apresenta-se como um jogador também à frente do seu tempo. Afirmou-se, primeiro, defensivamente e na última época fez o upgrade ofensivo. Está em todo o lado e é dificílimo de parar.

Tim Duncan não precisa de muitas apresentações. Referente do jogo interior dos Spurs, o “velho” Duncan não sente os anos a passarem por si. Mesmo um pouco resguardado, numa rotação onde deixou de ser obrigado a defender os jogadores mais físicos do adversário, Duncan mantém a mesma linha em termos ofensivos e no ressalto. Um jogador que já pertence à história da modalidade.

Tiago Splitter foi um elemento chave na temporada passada, apesar de uma lesão não o ter deixado jogar em todas as partidas. O brasileiro está numa rotação com Boris Diaw, outro elemento muito forte, mas com características ligeiramente diferentes. Entre um e outro, Popovich encontra a segurança para vencer partidas. Será difícil encontrar um trio de interiores mais inteligentes do os homens dos Spurs.

Expetativas

A expetativa passa, claro, por renovar o título. Depois de um ano em que tudo correu bem, Popovich precisa de ter mais atenção à gestão física de alguns dos seus jogadores, enquanto continua a “pescar” talento com experiência europeia para completar o seu plantel. Aconteça o que acontecer, é certo que os Spurs estarão sempre em jogo nos momentos das decisões.