Depois de perderes o melhor do mundo, dificilmente poderás dizer que perdeste pouca coisa. Assim se passa com os Miami Heat que, depois de perderem LeBron James, sabem bem das dificuldades que terão para se manter ao nível das épocas anteriores, onde jogaram quatro finais consecutivas, somando dois títulos. Ninguém consegue recuperar de uma perda destas sem pagar um preço elevado, mas tendo em conta as mexidas feitas pela equipa da Florida, até se pode dizer que Miami não se terá saído tão mal. Luol Deng manterá a posição 3 com um elemento que consegue marcar, consegue criar e é equilibrado defensivamente, enquanto Josh McRoberts oferece maior resistência à equipa em posições mais interiores. No entanto, é bom notar que saíram também Ray Allen, Shane Battier e James Jones, e talvez acabe por ser nessa segunda linha que os Heat se venham a sentir mais frágeis.

As consequências imediatas da saída de LeBron James poderão estar na perda do domínio da Divisão Southeast, sobretudo com os Washington Wizards a estarem mais fortes. Haverá uma verdadeira luta entre os dois emblemas para conquista da Divisão, começando os Heat a perder aqui parte da sua preponderância. Ainda assim, existe a ideia de que com Wade, Bosh e os reforços assinalados, os Miami poderão continuar a ser a equipa mais forte entre os que não vencem as respetivas divisões, esperando-se, também, que continuem a ser um adversário que poucos gostarão de encontrar no playoff. Erik Spoelstra tem, aqui, a sua oportunidade de demonstrar que parte do sucesso da equipa se devia ao seu trabalho, agora que já não tem um jogador tão capaz de resolver tudo através da sua individualidade.

O cinco

A posição de condutor de jogo dos Miami Heat está à espera de decisão, uma que só deverá ser tomada com o campeonato a decorrer. Mario Chalmers viu-se, algumas vezes, ultrapassado por Norris Cole, naquilo que poderia oferecer à equipa, mas nenhum deles é um verdadeiro 1. Shabazz Napier, rookie, parece ser a melhor solução para o futuro. E talvez o futuro esteja mais próximo do que se poderia pensar.

Chris Bosh Miami Heat

Vai haver bola para Chris Bosh!

Dwyane Wade volta a ser o “dono” da equipa, o seu melhor jogador e o homem que os companheiros procurarão nos momentos de maior aperto. No reverso da medalha, a gestão da sua condição física, que vinha sendo feita através de bastante descanso, já não deverá encontrar tantas oportunidades. Um caso que se precisa de perceber, com o acumular de partidas.

Luol Deng perdeu algum do seu brilhantismo na passagem por Cleveland, mas volta a ter oportunidade e confiança para se libertar nas suas qualidades. Espera-se que regresse ao seu melhor e que ajude os Heat a ameaçar os mais fortes da Conferência, curiosamente, as suas duas anteriores equipas.

Josh McRoberts é um trabalhador por excelência e muitos o assinalam como um verdadeiro achado para os Heat. Com Udonis Haslem a perder fulgor, McRoberts será o verdadeiro dono da posição 4.

Chris Bosh poderá voltar a ser o jogador interior dominante que foi nos Toronto Raptors, já que a saída de LeBron lhe deixará espaço e bola para atirar mais vezes. Poderá acabar por ser o grande beneficiado com a nova conjugação de forças em Miami, podendo até “apoderar-se” da equipa.

Expetativas

Esperar que a ressaca da saída de LeBron James seja ultrapassada de forma tranquila e com perspetivas de construção futura. Querem continuar entre as quatro equipas mais fortes da Conferência. Se as suas peças principais não quebrarem fisicamente, têm tudo para o conseguir.