Em Motor City procura-se um gel que conjugue todo o potencial que existe no papel, mas que os Pistons demoram a demonstrar no terreno de jogo. A opção da administração passou por chama Stan Van Gundy, um treinador que sabe tudo de equipas que vivem em situação de conflito interno, onde os vários jogadores procuram maneiras de se evidenciarem individualmente em lugar de colaborar para tornar a equipa um candidato a playoff. A grande questão começou a formular-se no ano passado quando Josh Smith chegou. Tendo em conta a presença de Greg Monroe e Andre Drummond no plantel, Smith foi testado a três, algo que, claramente, não resultou. Van Gundy partilha essa mesma opinião e, este ano, dos três jogadores, um deles terá que começar no banco. A fava deverá calhar a Greg Monroe que, no último ano de contrato, poderá acabar por ter um argumento para saltar fora no próximo verão.
No jogo exterior, Chauncey Billups pendurou as botas e chega Jodie Meeks, que depois de ter sido figura nos lastimosos Lakers o ano passado viu a sua cotação subir ao ponto de ser, este ano, o terceiro jogador mais bem pago dos Pistons. Para além dele, chegam ainda DJ Augustin – outro jogador que aproveitou as circunstâncias para ganhar crédito, nos Bulls – e Caron Butler, que oferecerá maior consistência defensiva e poderá ensinar aos seus companheiros alguns dos segredos do que é construir uma equipa. Com Brandon Jennings também no plantel, percebe-se que não faltam nomes para tornar os Pistons numa equipa vencedora. Mas ainda falta tudo o resto.
O Cinco
Brandon Jennings precisa de se encontrar, para que possa finalmente comprovar tudo o que o seu nome sempre prometeu. Teve uma péssima percentagem de lançamento no ano passado e, com ainda mais opções de finalização de jogadas no plantel dos Pistons, a missão de Stan Van Gundy é obrigá-lo a olhar em sua volta. Sim, Brandon, tens uma equipa!
Jodie Meeks é um excelente lançador e chega para fortalecer a equipa no jogo exterior. No entanto, ao lesionar-se, deixa em aberto um espaço no cinco inicial dos Pistons, que poderá ser aproveitado por DJ Augustin para mostrar os feitos que o evidenciaram em Chicago no ano passado. Will Bynum é outro dos jogadores que poderá ganhar minutos enquanto Meeks estiver de fora.
Com Josh Smith a passar para a posição de extremo-poste, sobrará para Caron Butler a missão de jogar a extremo. A sua imensa experiência e foco defensivo fazem dele uma excelente contratação para os Pistons, mas a intensidade do seu jogo já viu melhores dias.
Numa posição mais interior, Smith terá nova oportunidade de jogar ao seu melhor nível. Um jogador com potencial de All Star nunca confirmado, precisará de estar a 100% das suas qualidades, se não quiser arriscar uma caída para fora do cinco.
Andre Drummond tem o potencial físico para ser um dos melhores Grandes da NBA, mas ainda tem que ser polido tecnicamente. A sua evolução, no entanto, é prometedora. Greg Monroe, seguramente, não esperaria ver-se arredado do cinco inicial, mas será sempre um jogador importante na rotação dos Pistons. Depende dele os minutos que poderá conquistar e será daí que resultará, também, a ou as propostas de contrato que tiver no próximo verão.
Expetativas
Duas possibilidades podem advir destes Pistons: num lado lunar, Stan Van Gundy não consegue ter mão nos diferentes egos do seu balneário, cada jogador olhará para os seus números e todos perderão ao longo da temporada. Num lado solar, todos entendem qual a sua função na equipa e os Pistons tornam-se nuns ferozes competidores por um lugar no playoff. É bom que toda a gente no plantel tire um pedaço do seu tempo para pensar nisto.