Resistindo como pôde até à pausa invernal, o Nice parece ser, neste momento, um conjunto que perde o gás da liderança, atacado por dois poderosos adversários, AS Monaco e Paris SG, mas, sobretudo, pagando o preço do seu próprio esforço. Com três empates consecutivos na Liga, a equipa do sul de França cedeu a liderança e tenta agora encontrar os meios para se manter na corrida pelo pódio. A este ritmo, os nove pontos de vantagem sobre o Lyon, quarto classificado, poderão não ser suficientes para encarar o que falta do campeonato com tranquilidade.
Sem Seri nem Belhanda
Dois nomes parecem ganhar algum peso nesta análise à quebra da equipa do Nice. Por um lado, a lesão de Belhanda, que retirou do onze o elemento mais criativo da linha média, um jogador que não se expunha tanto à marcação adversária e conseguia impor no jogo uma sensação de insegurança em quem defendia, dada a sua capacidade criativa. Seri, que está a disputar a Taça das Nações Africanas, é outra ausência que pesa, na forma como ajudava a equilibrar o meio-campo, lendo bem as subidas de Cyprien e evitando que a equipa fosse encontrada em contra-pé.
Outros jogadores têm faltado na equipa, como Baysse, um dos líderes defensivos da equipa que se voltou a lesionar ou Ricardo Pereira, que não esteve disponível para a deslocação a Bastia. Com Mario Balotelli de regresso, a equipa de Lucien Favre tenta voltar a “acordar” a capacidade finalizadora que revelou há uns meses atrás, mas quer o italiano, quer Plea acabam por ficar limitados pela menor capacidade do meio-campo os dotar com bola. E, ao mesmo tempo, é bom de sublinhar que entre as equipas adversárias, começa já hoje a ser mais claro como conseguir travar o Nice em termos táticos.
Outras histórias de quebra
Este período de regresso à competição tem sido, no entanto, marcado por mais quebras que nos fazem prever uma Liga Francesa marcada pela indefinição até bastante tarde.
O Rennes é um desses exemplos, estando numa série de cinco jogos sem vencer, caindo para o 8º lugar da Ligue 1 e começando a imaginar problemas no que toca à disputa de lugares europeus. Em sentido inverso, as recuperações operadas por Lyon, Saint-Étienne e Marselha ocuparam o espaço que a equipa do Rennes antevia como seu.
Um caso paradigmático do alto rendimento é o Toulouse. Cavalgando o final de temporada passada, Pascal Dupraz entrou nesta época em alta, elevando a equipa aos primeiros lugares e conseguindo resultados que lhe permitiam discutir contra as equipas mais fortes, no entanto, com um plantel limitado e encarando a realidade de ter que manter continuidade na sua aposta, Dupraz vai caindo com o Toulouse, que é o atual 10º classificado.
Mais preocupante é a situação do Lille, que não consegue descolar da segunda metade da tabela, acabando por quase ser obrigada a começar a encarar esse posicionamento como natural, apesar de um plantel com valores para mais. Quatro jogos sem ganhar, três empates e uma derrota, levam a equipa a ficar-se pelo 14º lugar e, espante-se, com apenas mais dois pontos do que o conjunto que está abaixo da linha-de-água.