A República da Coreia chega ao Mundial como uma das equipas mais frágeis em competição, mas, sobretudo, com a mente noutro torneio. Pode parecer estranho mas, para o técnico Yoo Jae-Hak, o Mundial servirá de preparação para os Jogos Asiáticos, onde os coreanos entram como candidatos à vitória. Não deixa, no entanto, de se compreender esta posição. Com todos os seus jogadores a pertencer a quadros de equipas da Liga Coreana, o Mundial é mais uma oportunidade para ganhar contacto internacional do que outra coisa. Na verdade, se procurarmos por jogadores coreanos a jogar fora de portas, só encontramos Daniel Kim, da Liga Universitária Canadiana, e Michael Cassio, que tem feito a sua carreira em Ligas secundárias em Portugal.
Isso não impede, no entanto, que os jogos da República da Coreia não possam ser entusiasmantes. Adepto de estilo “Run & Gun”, o seu técnico criou uma equipa que põe à prova a resistência física do adversário, com uma ocupação de espaços dentro de campo sempre em busca de cestos rápidos. Espera-se, assim, bastante pressão no momento defensivo e a utilização da experiência destes jogadores – metade deles têm mais de 30 anos – como grandes armas de uma equipa que será sempre o concorrente mais fraco em cada partida.
História
As presenças da República da Coreia em grandes provas internacionais estagnaram no final dos anos noventa, com o seu último Mundial em 1998 e os últimos Jogos Olímpicos em 1996. Em nenhuma dessas participações conseguiram, os coreanos, ir além das fases iniciais. No que toca ao Campeonato Asiático, venceram em 1969 e 1997, ainda que tenham conquistado váriados pódios, os último dos quais, em 2013, a valer-lhes esta presença no Mundial.
Figura
Kim Joo-Sung é uma espécie de lenda viva do basquetebol coreano, sendo o único jogador que conjuga altura, experiência e mobilidade no jogo interior da sua seleção. Internacional desde 1998, Kim tem sido uma presença regular na KBL, a Liga Coreana, onde é recorrentemente um dos melhores jogadores nacionais. As suas qualidades permitem-lhe abordar bem as situações defensivas e ser uma das armas ofensivas da equipa, para além de ser um ressaltador de respeito. Pronto a fazer a sua despedida da seleção neste ano, Kim Joo-Sung será o único jogadora coreano da sua geração a ter disputado dois Mundiais, visto já fazer parte da equipa na época da sua última participação, há 14 anos.
Adversários
Na estreia, perante Angola, os coreanos terão a sua melhor oportunidade de alcançar uma surpresa e evitar, dessa forma, o último lugar do grupo. Beneficiarão de estar perante uma das equipas que também estará na segunda metade do Grupo D e, sobretudo, de por ser o primeiro jogo, o scouting do adversário ainda poder não estar completo. Caso não o consigam aí, dificilmente alcançarão uma vitória no Mundial. Espera-se uma presença condigna e a rotação necessária para atacar o seu próximo objetivo, os Jogos Asiáticos, a 100%.