A seleção mexicana é uma das boas histórias deste Mundial de Basquetebol. Convidados a participar no Campeonato da FIBA Americas em 2013, para substituir o Panamá, o México acabou por sair como vencedor da prova. A chegada de Sergio Valdeomillos a treinador desta seleção, em 2011, começara a traçar o caminho. O espanhol transformou uma equipa do “fundo da tabela” no seu continente, num candidato a potência. Obviamente que, para tal, conta com o excelente momento de dois talentos que vão fazendo pela vida na NBA, Jorge Gutiérrez e Gustavo Ayón. Mas nunca, como agora, os talentos mexicanos tinham sido tão bem aproveitados para alcançar resultados coletivos.
Num grupo onde a competitividade será alta, o México dependerá bastante desses dois jogadores para poder fazer figura. No fundo, parece competir ombro-a-ombro com Angola por um último lugar nos oitavos-de-final, mas existem sentimentos mistos acerca das possibilidades mexicanas. Gustavo Ayón, habituado a contrariar prognósticos, sonhará com o elevar da equipa do México ao nível mais alto possível, mas olhando em sua volta, para além de Gutiérrez, vê-se um coletivo com bons princípios de jogo, boa organização defensiva, mas sem o nível competitivo necessário para se bater num Mundial. Será necessário que um conjunto de jogadores pouco rodado em termos competitivos esteja no seu máximo para que o México sobressaia e avance até aos oitavos-de-final. Se o fizer, poderá ter um dérbi regional com os Estados Unidos.
História
Não se deixem enganar, o México já tem uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, conseguida na já longínqua data de 1936. Depois, durante as décadas de 60 e 70, esteve presente em quatro Mundiais, pelo que não é propriamente uma novidade ver uma representação mexicana nesta competição. A verdade é que um longo intervalo essa última participação, em 1974, e a atual, fizeram este país passar ao lado da atenção, mesmo daqueles que mais acompanham a modalidade. Os últimos dois anos marcam positivamente a história mexicana, porque só agora começaram a conquistar competições. Antes do Mundial, somaram primeiros lugares no Campeonato da FIBA Americas, no Campeonato da COCABA e no CentroBasket.
Figura
El Titán Gustavo Ayón fez a sua formação no México e bem cedo começou a jogar na Liga local, com a equipa dos Halcones Xalapa. Em 2009 teve a sua primeira experiência em Espanha, no final da temporada, representando o Fuenlabrada, mas só na temporada seguinte completou a sua aprendizagem, na LEB Prata e Ouro. 2010 vê-o finalmente tornar-se em jogador da primeira equipa do Fuenlabrada na ACB, que se viria a revelar trampolim para outros voos. Chegado à NBA para jogar nos New Orleans Hornets, Ayón já passou por Orlando e Milwaukee, tendo-se estabelecido, no verão passado, nos Atlanta Hawks, onde tudo diria que viria a fazer uma época de nível muito interessante. No entanto, uma lesão deixou-o fora de “corrida” a partir de fevereiro, tendo passado os últimos meses em contra-relógio para chegar em condições ao Mundial.
Adversários
Com Eslovénia, Austrália e Lituânia a parecerem demasiado fortes para o conjunto mexicano, caberá a Gustava Ayón e companhia ultrapassar Angola e Coreia, na perseguição de um lugar nos oitavos-de-final. O jogo chave deverá mesmo ser aquele que se joga contra a equipa africana. Se o ganharem, poderão aspirar a estar nos jogos a eliminar.