Depois de uma fraca prestação no Eurobasket 2013, não parecia restar outra opção do que a renovação da equipa grega. O primeiro sinal foi a chegada de Fotsis Katsirakis, um treinador grego que sabe bem como funciona o estado de espírito dos seus jogadores, tantas vezes responsável pelos momentos de exceção do basquetebol deste país. Também digno de nota é a ausência de Vasilis Spanoulis, que durante muitos anos foi a face do basquetebol grego, com Dimitris Diamantidis, este já de fora no último Eurobasket. Começam assim a mudar as caras e, necessariamente, o jogo da equipa grega, que enfrentará este Mundial como um verdadeiro teste às mudanças executadas.
Com duas verdadeiras torres no jogo interior, Ioannis Bourousis e Kostas Koufos, não se esperam facilidades para os adversários que tentarem penetrar na área restritiva grega. Mas os olhares estarão, seguramente, presos em Giannis Antetokounmpo, que jogou este ano na NBA, nos Milwaukee Bucks, e que com apenas 19 anos espera ser uma presença regular na equipa de Katsirakis. Um pouco mais longe dos focos, aqueles que deverão ser as peças essenciais do motor deste conjunto. O base Nick Calathes, que tem sobre os ombros a memória da dupla Spanoulis e Diamantidis, tendo que estar ao nível desses dois mitos, e Kostas Papanikolaou, que é um líder defensivo e poderá ser fundamental para a forma como Katsirakis espera ver a sua equipa jogar.
Podendo encarar-se como uma incógnita quanto valerá esta seleção, a verdade é que apresenta talento suficiente para poder ambicionar a uma boa prestação.
História
Dois títulos europeus, em 1987 e 2005, são o ponto alto da história da seleção grega. Em ambos os casos, beneficiou de gerações de enorme talento no seu auge. O mesmo se aplicará ao segundo lugar conquistado no Mundial de 2006. Esses resultados fazem da Grécia uma das seleções que é sempre temida em qualquer competição. Mas a história contará muito pouco para uma seleção em busca do reconhecimento do seu público. É uma nova história, aquela que está prestes a começar em Espanha.
Figura
Ioannis Bourousis é, juntamente com Nikos Zisis, o único jogador desta seleção que sabe o que é ganhar um Eurobasket. O poste do Real Madrid terá assim alguma preponderância no balneário da equipa, para além de ser a sua figura principal na luta debaixo das tabelas. Ao serviço do clube espanhol, Bourousis conjugou grandes exibições com dias de apagamento, mas sabe que neste Mundial, terá que estar diariamente ao seu melhor nível para poder ajudar o seu país a fazer uma prestação que apague o mau ano de 2013. Recorrerá à sua presença física e a todo o seu arsenal de experiência para ser uma peça que justifique o título de figura da Grécia neste Mundial.
Adversários
A Grécia terá o benefício de entrar no Mundial defrontando as duas equipas mais humildes do seu grupo, o Senegal e as Filipinas. Por outro lado, terá toda a pressão em dias consecutivos, enfrentando Porto Rico, Croácia e Argentina na definição de um lugar nos oitavos-de-final. Não terá facilidades nessa ronda e será mesmo preciso uma Grécia no seu melhor para a conseguirmos ver nos quartos-de-final do Mundial.