A seleção finlandesa faz a sua estreia num Mundial de Basquetebol, resultando da cedência de um Wild Card pela FIBA. As razões para este convite surgem como um incentivo a um país que, nos últimos anos, tem estado a evoluir bastante, tendo ainda um forte contigente de apoio entre os seus adeptos, que vão fazer com que os seus jogos possam ter sempre mais apoio finlandês do que do adversário, e também um patrocinador que estará entre os financiadores da competição. Mas, olhando para o aspeto desportivo, que é aquele que conta nesta análise, vemos que a Finlândia teve uma participação bem interessante no último Eurobasket, alcançando o nono lugar, e poderá criar problemas às restantes equipas do Grupo C, contribuindo para o equilíbrio na luta das posições de apuramento.
Com o técnico Henrik Dettman a oferecer muito conhecimento de jogo a partir da linha lateral, impondo tranquilidade e soluções táticas a uma equipa que vale, sobretudo, pela sua qualidade técnica coletiva, a Finlândia não costuma facilitar a vida a ninguém. O base Petteri Koponen é o cérebro da equipa, acrescentando ainda uma enorme ameaça da linha de três pontos, onde o jogoador do Khimki apresenta, com regularidade, médias acima dos 40% de aproveitamento. A acrescentar qualidade para o jogo interior, chega Erik Murphy, que se estreará numa grande competição internacional, depois de uma tímida época com os Chicago Bulls. Mas para os escandinavos, vem acrescentar peso e mobilidade para um jogo interior onde há também o histórico Hanno Mottola e Gerald Lee, outro jogador com rodagem nas competições europeias.
Com estas armas e com maior solidez na defesa, mantendo em alta a sua agressividade durante toda a partida, a Finlândia será um adversário difícil de ultrapassar e chega ao Mundial com um olho nos oitavos-de-final.
História
Esta será a primeira participação num Mundial para a Finlândia, que alcançou o seu momento mais alto com a presença nos Jogos Olímpicos de 1964. Depois de ter sido uma presença habitual no Eurobasket durante os anos 60, a equipa finlandesa passou por uma longa ausência, pontuada com uma efémera passagem pelo Europeu, uma vez mais, em 1995. No entanto, com duas presenças consecutivas, em 2011 e 2013, a Finlândia parece ter entrado, definitivamente, para o grupo de habitués na competição, esperando poder subir mais um degrau ao tornar-se uma seleção de Mundiais.
Figura
Petteri Koponen é, sem dúvida, a grande referência do basquetebol finlandês, tendo conseguido, enquanto jogador do Honka Espoo da Liga finlandesa, ser escolhido pelos Philadelphia 76ers no Draft de 2007 da NBA. Apesar de ter jogado por duas vezes na Summer League, Koponen nunca teve oportunidade de assinar um contrato nos Estados Unidos, fazendo a sua carreira entre Itália (Bologna) e Rússia (Khimki), onde cresceu como um excelente condutor de jogo com uma sede pelo lançamento exterior que o coloca entre as grandes ameaças europeias. Koponen é o líder desta seleção e os bons resultados da sua equipa passarão, sem dúvida, pelas suas mãos.
Adversários
Estreando-se frente aos Estados Unidos, a Finlândia entrará sem pressão alguma no Mundial. A partir do segundo dia de competição, caberá aos escandinavos demonstrar tudo aquilo que se pensa da sua capacidade para surpreender. Atingir os oitavos-de-final será um resultado fantástico, mas, para que isso aconteça, a Finlândia terá que arrebatar algumas vitórias histórias no Grupo C. Difícil, mas não impossível.