Todos nós já tivemos a oportunidade de ver alguns dos espetaculares jogos da Liga das Filipinas, programa habitual das transmissões das casas de apostas durante o horário matinal. Desde 1978, no entanto, que a seleção das Filipinas não alcançava uma presença num Mundial de Basquetebol. Ao ter alcançado o segundo lugar no Campeonato da FIBA Asia em 2013, os filipinos alcançaram um desejado objetivo que dará oportunidade a uma geração de pisar o pavilhão perante algumas das grandes estrelas do basquetebol mundial.

Ranidel Deocampo Filipinas

Deocampo representa a Liga Filipina neste Mundial

De forma a aumentar as possibilidades da sua equipa, os responsáveis filipinos procuraram “reforçar-se” para a competição e conseguiram atrair Andray Blatche, jogador dos Brooklyn Nets, que chega para oferecer alguma capacidade de luta para o jogo interior da sua equipa. No conjunto que esteve em destaque na prova da FIBA Asia do ano passado, destacaram-se o base Jayson Castro e um poste, também naturalizado, Marcus Douthit, jogador que poderá agora vir a ficar de fora devido à chegada de Blatche, algo que ainda terá que ser clarificado pela FIBA. Já na Taça Asiática deste ano, dois outros nomes acabaram por revelar-se, com a maior surpresa a ser Paul Lee, um jovem base que parece estar em bom momento, este verão, enquanto Ranidel Deocampo mostrou boa presença como extremo. O grande desafio será que estes jogadores possam estar a um nível minimamente competitivo frente a equipas bem mais fortes. A Liga Filipina, para todos aqueles que a conhecem, não é, claramente, uma competição muito exigente em termos defensivos e poderá passar por aí o grande desafio do técnico Vincent Reyes.

História

Não existem muitos países que possam reivindicar uma presença num pódio de um Mundial, mas as Filipinas conseguiram-no, em 1954. No entanto, essa é uma marca muito distante na memória e dificilmente igualável nos nossos dias. Para além desse feito, as Filipinas venceram o Campeonato Asiático por cinco vezes, a última delas em 1986. No que toca a presenças em Mundiais, passaram já trinta e seis anos sobre a última vez que as Filipinas participaram. Uma nova história poderá começar a ser escrita aqui.

Figura

Andray Blatche Filipinas

Tudo dependerá de Blatche

Andray Blatche é um norte-americano que, no nível da NBA, tem uma carreira tímida, com apenas alguns momentos altos nas equipas onde passou. Washington Wizards e Brooklyn Nets foram as duas camisolas vestidas, para um jogador lutador e muito físico, sem grandes atributos técnicos. Blatche paga também o preço de ter saltado o percurso académico, tendo passado da Prep School para a NBA. As suas raízes filipinas permitiram a naturalização e, se for considerado como jogador nacional, terá melhor companhia no jogo interior filipino. De qualquer maneira, qualquer coisa de bom que esta seleção possa vir a fazer passará, sem dúvidas, pelas mãos de Blatche, o que será uma responsabilidade, mas também uma oportunidade de mostrar algum crescimento e maturidade.

Adversários

Tal como o Senegal, as Filipinas terão uma dupla missão neste Mundial. Para começar, evitar resultados muito pesados nas jornadas frente a equipas que são claramente superiores. Depois, chegar ao último encontro do Grupo B e tentar uma vitória que lhe permitiria escapar ao último lugar. Vai ser uma tarefa ainda mais complicada do que para o conjunto africano, mas é essa a razão de estar neste Mundial para os filipinos.