Os egípcios regressaram com estrondo ao topo do basquetebol africano depois de mais de dez anos afastados das medalhas no Afrobasket. E para o conseguir, tomaram o caminho mais inesperado de todos os possíveis e imagináveis. Depois de ter perdido todos os três encontros da fase de grupos, a seleção egípcia aproveitou o facto do calendário permitir que todas as seleções avançassem para os oitavos-de-final para começar a escrever história. Nessa eliminatória, afastou a favorita Tunísia, para depois bater Cabo Verde e Senegal, só voltando a perder na final do campeonato, quando já tinha garantido um bilhete para o Mundial, frente a Angola.

Ehab Amin

Ehab Amin poderá fazer a sua primeira prova internacional

Assem Marei foi a figura da seleção egípcia nesta prova, um jovem de apenas 22 anos, à época, e que faz carreira na Divisão 2 da NCAA, ao serviço da Universidade de Minnesotta State – Mankato. Para além dele, o veterano Sheriff Abd Alla e Ibrahim El Gamal garantiram um feito histórico para esta geração de jogadores, que não acostumaram ninguém no continente africano a ser uma equipa competitiva. Para o Mundial, a equipa poderá ser reforçada com mais dois jogadores com ligações aos Estados Unidos. Ehab Amin, de apenas 19 anos, tem um passado nas seleções de formação e será jogadora da Universidade Texas A&M – CC na próxima temporada, enquanto Omar Oraby finalizou a sua carreira universitária na USC e, com os seus 2m18, conseguiu uma oportunidade na Summer League, onde representou, sem dar sinais dignos de nota, os Houston Rockets.

Tendo em conta tudo isto, o Egito estará no Mundial para valorizar os seus desconhecidos jogadores, sem grandes ambições de sucesso. Ainda assim, depois daquilo que protagonizou o ano passado, acreditar é sempre uma possibilidade.

História

O Egito venceu por três vezes o Campeonato Africano, em 1949, 1975 e 1983. Para além disso, somou mais de uma dezena de pódios, ainda que o último dele, antes do feito do ano passado, datasse já de 2001. Mais prolífica foram as suas participações em Jogos Olímpicos, onde marcaram presença em 1948, 1972, 1976, 1984 e 1988. De assinalar, também, presenças nos Mundiais de 1959, 1990 e 1994 e, como curiosidade, em dois campeonatos europeus, em 1937 e 1953.

Figura

Assem Marei

A pirâmide está pronta a brilhar

Assem Marei poderá viver ao serviço da sua seleção os seus melhores momentos de uma carreira ainda curta. Tendo começado no Zamalek, este Extremo-Poste entrou no radar internacional quando o Egito participou no Mundial de Sub-19 em 2011. A boa presença nessa prova valeu-lhe um convite para ingressar numa Universidade norte-americana, onde tem desenvolvido o seu jogo, beneficiando de um ambiente propício ao sucesso, como é a Segunda Divisão da NCAA. Os seus números na Universidade de Minnesotta State – Mankato poderão vir a valer-lhe um convite para ser jogador profissional numa liga média europeia. No entanto, depois do Afrobasket 2013, uma boa prestação no Mundial poderá fazer aumentar a cotação deste jovem jogador.

Adversários

Coloquemos as coisas desta forma. Em comparação com a segunda equipa mais fraca deste Grupo A, o Egito é uma equipa bastante frágil. Olhando as coisas pelo lado positivo, terão possibilidade de defrontar equipas de grande qualidade e jogadores que se terão habituado a ver na televisão. Qualquer prestação acima da mediania de um dos jovens da equipa poderá fazer com que esta presente se torne lucrativa para a equipa. E a mais do que isso não poderão ambicionar.