A seleção brasileira tem uma grande oportunidade pela frente no Mundial de Basquetebol que se vai disputar em Espanha. Com os franceses fragilizados nas suas opções, são os canarinhos que se tornam principais favoritos a fazer frente à equipa da casa no Grupo A. O melhor resultado da equipa brasileira nestes últimos anos foi alcançado nas Olimpíadas de 2012, onde atingiu os quartos-de-final. Falhando, posteriormente, com grande estrondo, a passagem pelo Campeonato da FIBA Americas, onde apenas foi nono classificado, o Brasil não alcançou o apuramento direto para o Mundial, acabando por “comprar” o seu lugar no leilão aberto pela FIBA.
O técnico Ruben Magnano vai, no entanto, recorrer aos seus melhores jogadores para marcar presença em Espanha. Com quatro atletas chegados da NBA, três deles completando um jogo interior que se fará temível, e um dos grandes craques da Euroleague, o cinco inicial canarinho será bem forte. Marcelinho Huertas é, sem dúvida, um jogador bem forte no comando da equipa, contando com Leandrinho Barbosa no seu apoio e os tais três gigantes no jogo interior, Tiago Splitter, campeão da NBA pelos Spurs, Nenê Hilário e Anderson Varejão. Para além deles, algumas opções com bastante experiência, como o norte-americano naturalizado Larry Taylor, Marcelinho Machado, Alex Garcia ou Guilherme Giovannoni, junto dos mais jovens Raulzinho Neto, Rafa Luz ou Augusto Lima. Com uma rotação que oferece total segurança, a sua estreia na prova, frente à França, poderá, desde logo, decidir a sua sorte no Grupo A.
História
Dominador do basquetebol na América do Sul, junto com a Argentina, o Brasil já foi, também, uma força a nível mundial, tendo conquistado o Campeonato do Mundo em 1959 e 1963, para além de pódios em 1978, 1970 e 1967. Nos Jogos Olímpicos, prata em 1954, bronze em 1960 e 1964. Isto demonstra que os tempos áureos do basquetebol brasileiro já passaram há muito tempo, mas isso não impede de o considerar uma força em ascenção, sobretudo pelo número de jogadores que vai colocando na NBA, com o devido impacto que isso causa no fortalecimento da sua seleção.
Figura
Numa equipa com um campeão da NBA, poderá soar estranha a escolha de Marcelinho Huertas como principal figura. No entanto, este base será quem faz a diferença na equipa brasileira, se conseguir impor o ritmo tal como o fez ao serviço do Barcelona na temporada passada. Marcelinho chegou a jogar nos Estados Unidos, no High School, mas regressou a casa para se iniciar como profissional de basquetebol. O salto para Espanha, dado em 2004, não o tornou, de imediato, numa estrela, tendo feito uma carreira de altos e baixos em equipas como o Joventut, o Bilbao Basket, o Baskonia e, finalmente, o Barça. Foi aqui que, também, já ganhou dois títulos da ACB, o que o tornou numa confirmada estrela do basquetebol europeu. Este Mundial poderá, enfim, marcar, Marcelinho Huertas como uma das personagens de maior valor na seleção canarinha.
Adversários
Na luta pelo segundo lugar do Grupo A, o Brasil terá como adversário maior a França. Ora, esse é o adversário reservado para a estreia no Mundial, pelo que o primeiro encontro poderá ser dos mais decisivos da equipa canarinha. Caso termine em segundo do seu grupo, tornar-se-á como um dos candidatos a chegar aos quartos-de-final da prova, ainda que, tendo em conta os adversários do Grupo B, essa ambição não fique totalmente afastada caso siga como terceiro classificado. Com o plantel que tem à sua disposição, Ruben Magnano tem direito a sonhar.