A seleção australiana é uma das equipas que costuma dar colorido aos Mundiais, tendo sido presença constante nas fases a eliminar desta competição, bem como dos Jogos Olímpicos. Tendo em conta que a competição ao nível da sua confederação, na Oceânia, se baseia em encontros frente à Nova Zelândia, jogar nas grandes provas mundiais são o único atrativo para os jogadores australianos. Isso pode explicar alguma distância entre os seus melhores jogadores e a equipa nacional, com a Austrália a apresentar, muitas vezes, ausências de relevo. Este ano, isso poderá ser diferente. Com um conjunto muito organizado de jogadores que têm experiência na Euroleague e na NBA, a Austrália chega também com uma das grandes histórias deste último verão, Dante Exum, que conquistou os departamentos de scouting da NBA com fabulosas exibições em competições de jovens e, antes de se estrear na NBA, terá oportunidade de se mostrar ao mundo este verão.
Mas para além da jovem estrela, há muita qualidade nesta equipa. Matthew Delavedova oferece garantias na condução do jogo, depois de uma boa temporada com os Cleveland Cavaliers, enquanto Joe Ingles sente-se em casa ao representar os Cangurus, demonstrando a perfeita ligação entre jogo interior e exterior e sendo uma das soluções para os problemas que surgem durante o jogo. Chris Goulding, que foi o melhor marcador da NBL Australiana e jogará em Espanha na próxima temporada, deverá ter oportunidade de ter minutos e espaço para demonstrar a sua qualidade de lançamento, enquanto Brad Newley também poderá ajudar a cobrir a rotação na posição 3. No jogo interior, Cameron Bairstow poderá ser opção para o cinco inicial, depois de excelente época a NCAA, com a equipa de New Mexico, mas a experiência de David Andersen, Aaron Baynes e Nathan Jawai vai, com certeza, fazer danos na luta das tabelas.
História
Dominadores do basquetebol da Oceânia, onde têm apenas a Nova Zelândia como adversário de nível, a Austrália utiliza Mundiais e Jogos Olímpicos para medir a sua qualidade com os melhores. As presenças nos quartos-de-final dos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012 fazem aumentar as responsabilidades de uma equipa que poderá ambicionar a repetir esse resultado num Mundial.
Figura
A grande referência da seleção australiana é Joe Ingles. O facto de ser, essencialmente, um jogador de trabalho terá impedido de conseguir um lugar na NBA, onde só conseguiu passar pela Summer League, com a camisola dos Golden State Warriors. No entanto, desde que chegou à Europa, pela mão do CB Granada, Ingles tem dominado jogos pela sua capacidade de defender qualquer adversário, surgindo no momento de lançamento quando a isso é chamado, resgatando ressaltos e sempre em esforço para ajudar a sua equipa. Em Barcelona, a sua segunda equipa na Europa, não foi tão feliz quanto esperado mas, este ano, no Maccabi Telavive, voltou a estar ao mais alto nível, sendo um jogador que se apresenta em alta em todos os rankings de estatística individual na sua equipa. Isso mesmo se espera no Mundial, onde será a principal carta que a Austrália terá para jogar frente aos seus adversários.
Adversários
Tudo indica que a seleção australiana lutará pela vitória no Grupo D com a Lituânia e a Croácia. Entre essas três equipas ficarão decididos os três primeiros lugares, mas será também de ter em conta que México e Angola podem sempre colocar problemas e não poderá haver, da parte da seleção australiana, qualquer “adormecimento” em partidas essenciais.