Julio Lamas já escolheu os doze atletas que representarão a Argentina neste Mundial de Basquetebol mas são as ausências que, por enquanto, vão merecendo destaque na análise a esta equipa. Manu Ginobili e Carlos Delfino, dois dos mais experientes jogadores do país das Pampas, falham a competição e deixam a Argentina fragilizada nas suas hipóteses. A verdade é que, ainda assim, os argentinos terão todas as condições para entrar no grupo das oito seleções mais fortes do mundo, mas com toda a gente no plantel, o sonho de voltar a jogar uma final de um Mundial pareceria possível.

Luis scola argentina

Quanto vale Scola neste Mundial?

Quem sobra, então, para tentar levar a Argentina a competir com as equipas de topo do mundo do basquetebol. Luís Scola é o nome mais reconhecido de todos, mas será Andrés Nocioni quem se deve ter em conta, pela forma como representou o Laboral Kutxa na presente temporada, ganhando o direito a ser contratado pelo Real Madrid para a nova temporada. Pablo Prigioni continuará a oferecer a sua experiência na condução da equipa, enquanto Walter Hermann também se mantém como um dos membros “vintage” deste plantel. Entre os jogadores mais jovens, deve-se destacar dois bases de grande qualidade, Facundo Campazzo e Nicolás Laprovittola. Este último, com o seu 1m94, é um jogador a merecer dar o salto para uma equipa europeia, tendo brilhado na última temporada no Flamengo do brasil. É na posição de poste que a Argentina surge, ainda assim, com mais debilidades, tendo apenas Matías Bortolin e Marcos Delia, ambos “sub-23”, como opções para enfrentar os gigantes do Mundial.

História

Apesar de ter conquistado um título mundial em 1950, a época de ouro do basquetebol argentino aconteceu na década passada, quando alcançou a prata no Mundial de 2002 e o ouro nos Jogos Olímpicos de 2004. Walter Herrman, Luís Scola, Leo Gutierrez e Andrés Nocioni são os jogadores que ainda marcam presença na equipa habitual, para além dos dois elementos de quem se lamenta a ausência. Pode dizer-se que a equipa argentina vive um período de renovação ou transição, mas apresentar no grupo um punhado de elementos que sabem o que é vencer a concorrência mais forte do mundo torna a Argentina um adversário a ser sempre temido.

Figura

Andres Nocioni Argentina

Nocioni é o exemplo a seguir

Andrés Nocioni vive uma espécie de segunda juventude após o seu regresso a Espanha. A sua gama de qualidades técnicas ganha nova expressão, depois de cimentada ao longo dos anos, com passagens pelo Tau Cerámica antes da aventura na NBA, onde representou Chicago Bulls, Sacramento Kings e Philadelphia 76ers. Nas suas duas últimas épocas ao serviço do Laboral Kutxa, Nocioni foi um elemento completo, mantendo a sua equipa num nível elevado, apesar das dificuldades. O prémio será, depois do Mundial, vestir a camisola do Real Madrid. Nesta competição, aos 34 anos, Nocioni será a voz mais escutada no balneário argentino, apesar de compartilhar espaço com outras grandes estrelas veteranas. Mas, ao que tudo indica, é mesmo Andrés quem tem mais condições físicas para se diferenciar nos jogos complicados que se aproximam.

Adversários

Começando o campeonato com dois jogos onde não se esperam facilidades, frente a Porto Rico e Croácia, a Argentina espera entrar a ganhar para depois completar a fase de grupos no desejado primeiro lugar. Filipinas, Senegal e Grécia são as restantes equipas deste Grupo B. O primeiro lugar é tanto mais importante para evitar um adversário mais complicado nos oitavos-de-final onde, tendo em conta a composição do Grupo A, não são prometidas facilidades. De qualquer forma, a meta da Argentina está nos quartos-de-final do Mundial.