O jogo mais importante dos oitavos-de-final da Taça de França realizou-se, a noite passada, no Estádio do Vélodrome algo ansioso, vendo o Marselha a ficar pelo caminho devido a uma grande exibição do jovem Mbappé. Solto na frente, foi ele quem acabou por quebrar as resistências de uma equipa de Rudi Garcia que tem na defesa o seu principal problema, devendo agora assumir as distâncias que ainda são claras para com as melhores equipas do país.
O evita-tempestades
Rudi Garcia sabia bem que, depois de ter sido goleado por 1-5 no passado domingo, quando recebeu o Paris SG, teria que voltar a arrumar a sua equipa para pensar, primeiro, em conter as iniciativas adversárias, aquela que havia sido a sua maior fragilidade no jogo do campeonato. Adiantava também que o Marselha já havia sofrido quatro golos, por duas vezes, frente ao Monaco, esta temporada, alimentando-se assim o temor de voltar a ser goleado.
Para travar a dupla de avançados forasteiros, o Marselha apresentou assim uma linha de três centrais, com Sertic, Rolando e Doria, que aumentava para cinco elementos sempre que o Monaco tinha a bola, com a descida dos laterais Sakai e Bedimo. Na sua frente constituía-se uma outra linha, de quatro elementos, com N’Jie a ficar sozinho na frente.
Já Leonardo Jardim foi até Marselha reforçar a estrutura e as ideias que lhe dão, para já, a liderança na Ligue 1 e uma época de grande reconhecimento, desta feita com João Moutinho de novo como peça-base do meio-campo, a fazer uma excelente exibição na distribuição da bola, o brasileiro Jorge a estrear-se como extremo-esquerdo e Germain a fazer companhia a Mbappé na frente de ataque. Com este desenho, Jardim garantia ter bola e deixar sempre de sobreaviso uma linha defensiva que foi constantemente atacada com velocidade.
Muito Monaco
Se a estatística final do encontro demonstra que o Monaco criou muitas mais iniciativas ofensivas do que os homens da casa, foi através de uma bola parada que o marcador se estreou, com João Moutinho a marcar um livre directo que ainda embateu no corpo de Pelé antes de entrar. Apesar de melhor controlo do jogo por parte dos visitantes, Payet conseguiu empatar o jogo antes do intervalo e manteve tudo em aberto.
Na segunda metade, manteve-se a tendência, com um Marselha mais recatado e Mbappé, ao minuto 65, a aumentar a vantagem. Este golo obrigou Rudi Garcia a mexer, com Rémy Cabella a entrar no lugar de Lopez, a troca que acabaria por permitir ao Marselha demonstrar maiores capacidades no último reduto monegasco. Foi, aliás, o próprio Cabella que marcou, quando Leonardo Jardim já tinha abdicado de um dos avançados, obrigando a partida a ir a prolongamento.
A frescura ditou o vencedor
A entrada na meia-hora de desempate foi feita com duas trocas que denunciaram o que se poderia esperar. Enquanto Leonardo Jardim lançava Thomas Lemar para tentar reactivar a frente de ataque, Rudi Garcia era obrigado a trocar de lateral-direito, Sakai por Fanni, devido a problemas físicos do japonês. As duas equipas ainda ameaçaram um prolongamento de expectativa, mas o Monaco lançou-se para o golo, com Mendy a finalizar uma boa jogada de ataque dos homens do Principado.
Nesta fase do jogo, acentuaram-se as falhas de decisão de N’Jie, um avançado muito móvel, mas com pouco critério. Ainda assim, Cabella ainda viria a empatar de novo o jogo, para que, dois minutos depois, Lemar fizesse o 3-4 final. Num jogo de loucos, a maior qualidade individual dos jogadores do Monaco acabou por prevalecer.
Boas Apostas!