Molde – Ferencvaros (Liga dos Campeões)
Encontro improvável entre noruegueses e húngaros na última etapa da fase preliminar da Liga dos Campeões 2020/21. O Molde não marca presença na fase de grupos da prova de clubes mais importante da Europa desde a época 1999/2000, ao passo que a participação mais recente do Ferencvaros nessa fase da competição remonta a 1995/96.
Análise Molde
“All in” no acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. O Molde, vencedor da Eliteserien em 2019, quebrou uma sequência de quatro títulos conquistados pelo Rosenborg e assegurou o direito a marcar presença na primeira pré-eliminatória de acesso à competição de clubes mais importante do mundo. Uma vez que o campeonato norueguês se rege pelo calendário solar, o Molde leva já 18 encontros disputados na atual campanha e por esta altura soma menos 16 pontos que o líder Bodo/Glimt, pelo que a revalidação do título é cada vez mais improvável. Para a equipa treinada por Erling Moe, só há uma forma de “salvar” a época: garantir o regresso à fase de grupos da Liga dos Campeões volvidos 20 anos, pelo que a disputa desta fase preliminar é totalmente prioritária.
Olhando para aquilo que tem sido o percurso do Molde nesta caminhada com destino à fase de grupos, a verdade é que a equipa norueguesa não se pode queixar da sua sorte em relação aos sorteios, uma vez que se debateu com adversários teoricamente acessíveis nas três ocasiões em que entrou em cena. Na primeira pré-eliminatória da competição, recebeu e venceu a equipa finlandesa do KuPS por cinco bolas a zero com golos de Hestad, Eikrem, Omoijuanfo, Pederson e Knudtzon. Já na segunda pré-eliinatória, em Celje, na Eslovénia, o Molde até entrou a perder, mas viria a dar a volta ao marcador com tentos apontados por Jussain e James Leke. Por fim, na terceira pré-eliminatória, frente ao Qarabag e em território neutro (na cidade cipriota de Larnaca), o Molde levou a melhor diante dos “azeris” na decisão através da marcação de grandes penalidades (5-6) na sequência de um empate sem golos.
Em termos domésticos, o momento do Molde é tudo menos positivo com quatro desaires averbados nos últimos cinco encontros, resultados que no entanto pouco dizem sobre esta equipa que tem atribuído toda a prioridade à participação europeia, gerindo em função disso. Um aspeto a ter em conta diz respeito ao maior ritmo competitivo do qual esta equipa dispõe em comparação com o adversário.
James Leke é a principal referência desta equipa em termos ofensivos e simultaneamente o melhor marcador da equipa.
Onze provável: Andreas Linde, Gregersen, Haugen, Eikrem, Ellingsen, Hussain, Aursnes, Hestad, Wingo, Knudtzon, Leke
Análise Ferencvaros
Arredado da fase de grupos da Liga dos Campeões desde 1995/96 e com apenas uma participação na fase final de uma competição europeia nas últimas cinco épocas desportivas, escusado será dizer que estamos perante os dois jogos mais importantes da história recente do Ferencváros, o mais reputado dos clubes húngaros. Ao contrário do que acontece com algumas ligas do norte da Europa, como é o caso da Eliteserien, a principal divisão da Hungria disputa-se no mesmo intervalo de tempo que a generalidade dos campeonatos europeus, pelo que o Ferencvaros entrou em ação a título oficial apenas a meio do mês de agosto, dando o pontapé de saída na nova época com um empate a uma bola frente ao MTK. Volvidos cinco dias, começou a aventura europeia do clube de Budapeste que iniciou esta campanha com uma vitória por duas bolas a zero na Groupama Arena frente aos suecos do Djurgarden, “bis” apontado por Nguen. Já na eliminatória seguinte, com muito sofrimento à mistura, o Ferencvaros foi à Escócia eliminar o histórico Celtic de Glasgow com uma vitória por duas bolas a uma, novamente com Nguen a apontar o tento decisivo. “Outsider” também à entrada para o encontro da terceira pré-eliminatória, ainda que a atuar em casa, o Ferencvaros recebeu e venceu a formação do Dinamo Zagreb por 2-1 com golos de Lovrencsics e Uzuni. A duas mãos, numa eliminatória em que vê novamente o favoritismo (ainda que ligeiro) do lado contrário, o Ferencvaros quer continuar a contriar as odds.
Sem derrotas na presente época ao cabo de seis jogos, para o campeonato, o Ferencvaros empatou o já referido encontro com o MTK e venceu os dois sehuintes diante de Zalaegerszeg (1-2) e Paksi (5-0). Sublinhe-se que, no último fim-de-semana, o Ferencvaros não entrou em campo, focando-se totalmente neste embate com o Molde.
À imagem do que fez em Celtic Park, o Ferencvaros deverá ceder a iniciativa aos donos da casa, apostando sobretudo em transições conduzidas pelas “setas” que compõem a sua frente de ataque: Nguen, Uzuni e Boli.
Onze provável: Dibusz, Kovacevic, Blazic, Civic, Lovrencsics, Kharatin, Somália, Sigér, Boli, Uzuni, Nguen
Dica de Prognóstico
O Molde quer ganhar vantagem antes da decisão em solo húngaro e deverá dispor de mais bola neste desafio, passando mais tempo em organização. O Ferencvaros deverá atuar mais na expectativa nesta visita à Noruega, dispondo de qualidade suficiente para explorar as debilidades que a equipa local apresenta no setor mais recuado.