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Milos Raonic – Fabio Fognini (ATP – Cincinnati)

Avançam os quartos-de-final do Masters 1000 de Cincinnati, já sem o cabeça-de-série número um, o sérvio Novak Djokovic. Porta aberta à nova leva de tenistas, como os dois que protagonizam a segunda partida do dia. Milos Raonic e Fabio Fognini enfrentam-se por um lugar nas meias-finais, uma estreia para quem quer que seja que progrida. O canadiano chegou aos quartos em 2012, o italiano nunca antes tinha passado da primeira ronda. Quem dará o passo em frente?

Aos vinte e três anos, esta parece ser a temporada de confirmação de Milos Raonic. Aquela em que se estabelece a meio da tabela do Top-10, logo atrás dos quatro mais cotados e a disputar lugares com Berdych, Ferrer e o recém-promovido Dimitrov. Houve quem agourasse a carreira do canadiano, alegando que era um tenista com uma única arma – o serviço – e que não seria suficiente para fazer dele um atleta de elite. Raonic vem, paulatinamente, desacreditando essas previsões. No início do mês de Agosto conquistou o seu sexto título de carreira, em Washington, numa final cem por cento canadiana disputada na capital dos Estados Unidos. O compatriota Vasek Pospisil partilhou da festa mas não resistiu a mais de dois sets (6-1, 6-4). Só num dos seis Masters 1000 da época – Madrid – não foi além dos oitavos. Marcou presença nos quartos de Indian Wells, em que perdeu para Dolgopolov (6-3, 6-4); de Miami, eliminado por Rafa Nadal (4-6, 6-2, 6-4); em Monte Carlo caiu diante de Wawrinka (7-6, 6-2) e em Toronto cedeu lugar a Feliciano Lopez (6-4, 7-6, 6-3). No Masters 1000de Roma foi semifinalista, afastado pelo número um mundial, Novak Djokovic. Mas o que fez realmente a diferença, provando o estádio de evolução de Milos, foram as prestações em torneios do Grande Slam. Na Austrália ficou-se pela terceira ronda, perendo em três sets para Grigor Dimitrov. Em Roland Garros alcançou pela primeira vez o patamar dos quartos-de-final de um Major para, logo em Wimbledon superar a marca, chegando à semifinal. Num e noutro foi afastado por grandes campeões: Djokovic em França (7-5, 7-6, 6-4) e Federer em Inglaterra (6-4, 6-4, 6-4).
A primeira partida que disputou em Cincinnati foi quase um passeio. Ginepri nunca foi um adversário à altura e o duplo parcial de 6-2 prova isso mesmo. O encontro seguinte foi uma história bem diferente. Raonic admitiu que entrou em court com a atitude errada e que a pressão que colocou sobre os próprios ombros quase lhe custou a eliminatória. Foi o serviço do canadiano que o salvou nos dois tie-breaks que teve de disputar com o norte-americano Steve Jonhson (6-7, 6-3, 7-6), trinta ases costumam ajudar. Mas serviu de aviso.

ATP CincinnatiFabio Fognini é um jogador que se destaca numa modalidade que presa muito o fair-play e as boas maneiras. O italiano tem mau feitio, mas isso nem é nada de novo. Faz da resmunguice e implicância constante em court uma arte para desconcentrar os adversários. Até em Roma, no seu país natal, o público fez questão de o assobiar, demonstrando que nem eles aprovam aquela atitude. João Sousa confidenciou numa entrevista que o italiano é o único tenista do circuito com quem se recusa a treinar por não estar disposto a aguentar os insultos e má educação do outro lado da rede. Esta temporada, Fognini foi apanhado pelos microfones do court no Torneio de Hamburgo a chamar ao opositor sérvio, Filip Krajinovic, “cigano de merda”. O italiano pediu mais ou menos desculpa depois, dizendo que conhece são coisas que se dizem no calor do jogo e não significam nada. E, claro, aproveitou para se atirar aos jornalistas por explorarem um episódio sem importância. Isto acontece pouco depois de ter sido multado em 29 500 dólares por conduta impróprio em Wimbledon, que incluiu críticas e insultos ao árbitro de cadeira e supervisores.
No que respeita ao ténis, Fognini ocupa o vigésimo primeiro lugar do ranking e conquistou em 2014, em Vina Del Mar, o seu terceiro título de carreira, derrotando Leonardo Mayer (6-2, 6-4). Foi finalista vencido em Buenos Aires e Munique, onde foi eliminado por David Ferrer (6-4, 6-3) e Martin Klizan (2-6, 6-1, 6-2). Em Cincinnati Fognini já teve que deixar para trás Roger-Vasselin (6-4, 4-6, 7-6), Hewitt (6-1, 6-4) e Lu (3-6, 6-3, 6-3).

Raonic e Fognini só se defrontaram duas vezes no circuito, ambas em 2013, com uma vitória para cada lado. Em Kooyong o italiano levou a melhor (6-4, 6-4. No encontro da Taça Davis, em representação dos respetivos países, foi o canadiano a vencer por 6-4, 7-6, 7-5.

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