Mais uma vez, a seleção mexicana regressa a casa nos oitavos de final, desta feita eliminada pelo Brasil. Deixa uma boa imagem mas são inevitáveis os ventos de mudança, a começar pela cúpula da Federação Mexicana. Osorio também terminou contrato e parece estar recetivo a outros desafios profissionais. Clubes ou seleções, é a dúvida.
Sétima vez que cai nos oitavos
O México perdeu 2-0 com o Brasil e está de volta a casa. Mais uma vez, a seleção mexicana não resiste à ronda dos oitavos de final. Maldição pesada, já é o sétimo Campeonato Mundial de enfiada em que não consegue ultrapassar esta etapa. O México 86, de má memória para Portugal, foi a última vez em que rompeu essa barreira.
Certamente que faz mossa. Desta vez, El Tri teve um momento histórico – e talvez premonitório – quando bateu o pé à Campeão do Mundo em título. Frente à Alemanha, a seleção mexicana fez um jogo tremendo, com preparação e execução quase sem falhas. Na segunda jornada apercebeu-se que essa dedicação ao jogo de estreia tinha condicionado a disponibilidade física e mental para os embates seguintes, supostamente os menos complicados. O jogo com a Suécia foi um aviso.
Frente ao Brasil o México voltou a fazer um grande jogo e perdeu nos detalhes mas com muito mérito. O próprio selecionador reconheceu que a qualidade na definição no último terço da Canarinha fez a diferença. Hector Herrera, a jogar bastante recuado, fez falta no momento de construção.
Fim de ciclo
Correm ventos de mudança profunda na direção da seleção mexicana. Começando pela cúpula da Federação. Yon de Luisa assume a presidência da instituição no final deste Mundial e o contrato de Juan Carlos Osorio também caduca com o fim da participação na Rússia. Depois há o adeus do veteraníssimo Rafa Márquez, que fez o quinto Mundial da sua carreira aos trinta e nove anos. Oribe Peralta, que só foi utilizado frente aos suecos, também já tinha anunciado a renúncia para o fim da campanha.
As decisões para o futuro não podem tardar. No início de setembro há amigáveis e o projeto Qatar 2022 arranca logo em seguida. Também não podemos esquecer que o México vai ter a organização tripartida – com Canadá e Estados Unidos – do Mundial seguinte pelo que não se trata aqui de um projeto imediato. É preciso começar já a trabalhar para estar a top daqui a oito anos e um dos principais problemas da seleção tricolor é a falta de competição ao mais alto nível na CONCACAF. Há propostas específicas para ter oportunidades de competir com os adversários sul-americanos.
Osorio procura novos desafios
Ainda não é certo que Juan Carlos Osorio abandone a direção técnica do México. Mas tendo chegado aqui sob contestação dos adeptos, que embirram particularmente com a incapacidade em manter um onze principal, a renovação não fará muito sentido. Os media sugerem que o próprio estaria interessado em abraçar outros desafios. Nomeadamente, voltar a treinar um clube. Mas há também rumores de que possa estar na shortlist para os cargos de selecionador em aberto. Especificamente, os Estados Unidos continuam sem anunciar o sucessor de Bruce Arena e a sua Colômbia natal terá que encontrar o herdeiro de Pékerman, cujas limitações de saúde empurram para a saída.
Boas Apostas!