Com a Liga Portuguesa a ter três das vinte equipas mais vendedoras da Europa nas últimas temporadas, com Benfica e FC Porto no topo das escolhas de quem compra e o Sporting também nessa lista, é óbvio que muitos vejam o nosso campeonato como se de um autêntico mercado se tratasse.
Os últimos dias de transferências permitiram, desta forma, assinalar a saída de dois jogadores que foram instrumentais nas respectivas equipas ao longo das últimas temporadas. Mitroglou será o jogador a deixar mais saudades, pelo número de golos marcados e pela forma quase natural como se adaptou à Liga Portuguesa.
O grego era peça instrumental no ataque dos encarnados, tendo perdido espaço com a chegada de Seferovic, valendo-se o Benfica do seu valor de mercado e da vontade do Marselha em levar o internacional grego, enquanto Raúl Jiménez se mantém como segunda opção para a frente de ataque.
No caso do Sporting, registou-se a venda de Adrien, o capitão da equipa e elemento de inegável qualidade numa dupla de meio-campo que mantém apenas William Carvalho em Lisboa, apesar de muitas notícias sobre a sua possível saída para Inglaterra.
A transferência de Adrien Silva foi tão de última hora que ainda se espera a confirmação da FIFA de que este possa actuar antes de Janeiro, mas no que toca ao acordo entre clubes está firmada a saída do jogador leonino. As contratações de Rodrigo Battaglia e Bruno Fernandes parecem ser suficientes para sossegar o treinador Jorge Jesus.
À procura de novas referências
O Benfica foi a equipa mais activa na hora do fecho do mercado. O grande nome que chega é Gabriel Barbosa, emprestado pelo Inter de Milão com uma opção de compra de 25 milhões de euros. O jovem brasileiro nunca se adaptou à realidade do futebol italiano e procura na Luz um reatar da sua carreira. Chega, no entanto, para uma equipa que, na frente de ataque, parece ter as suas opções bem delineadas. Jonas é o centro do universo ofensivo do Benfica, enquanto Seferovic se vai mostrando uma boa opção na frente.
Por isso mesmo, talvez Douglas, lateral direito que chegou do Barcelona, possa ser um jogador com mais impacto na equipa. Sendo notória a necessidade de se reforçar neste sector, o Benfica demorou até confirmar a chegada de um jogador que estaria identificado desde que os catalães levaram Nélson Semedo. A aposta passa por um perfil semelhante ao do internacional português, ainda que com um nível e potencial bastante mais baixos. Terá que dar luta para ultrapassar André Almeida como titular indiscutível.
A última hora além dos grandes
A assinatura de Paulo Machado pelo Desportivo das Aves poderá ser uma das notícias de impacto para a presente Liga, se o internacional português comprovar estar ainda próximo do seu melhor nível. O regresso a Portugal faz-se pela porta de uma equipa que procura referências para poder fixar o seu melhor jogo.
O empréstimo de Rui Pedro, do FC Porto, ao Boavista, também faz crescer água na boca. O jovem ponta-de-lança já deu sinais de muita qualidade na equipa azul e branca, mas precisando de minutos, não os iria encontrar no actual plantel. Sair para o Bessa poderá abrir-lhe as perspectivas de começar a fazer nome na Liga NOS.
Também bastante reforçado foi o meio-campo do Sporting de Braga, com a chegada de jogadores emprestados de Benfica, André Horta, e FC Porto, João Carlos Teixeira. Ambos sem espaço nas suas equipas, procuram em Braga, numa equipa de dimensão europeia, dar provas de que mereceriam outra atenção.
Uma outra entrada e saída merecem referência. A chegada de Rui Correia ao Paços de Ferreira confirma um dos bons defesas-centrais do meio da tabela do futebol português entre os melhores. Com a descida do Nacional, esta era uma notícia esperada desde o início da temporada. O Vitória de Guimarães, por sua vez, cedeu Zungu ao Amiens, relançando ainda mais questões sobre o desenho do meio-campo dos vimaranenses. O sul-africano foi referência nessa zona do terreno, mas perdeu espaço com a chegada de Wakaso.
Boas Apostas!