Agora que o mercado de verão está definitivamente encerrado começa a assentar a poeira e pode-se começar a avaliar a prestação de cada clube. Antes de analisarmos as compras dos candidatos ao título, vamos dar atenção às compras inteligentes. Menos recursos obrigam clubes e técnicos a ser criativos e criteriosos para poderem ser competitivos. Watford e Huddersfield são exemplos charneira de quem tem que fazer valer cada libra. Swansea sacrifica os dois melhores jogadores para reforçar o coletivo e ainda recebe Renato Sanches embrulhado para presente. O Everton apela ao lado emocional de Rooney, seduz Sigurdsson e vêm outros por arrasto.

Gastar com critério

Hoyle e Wagner sabem que só poderão manter os Terriers à tona se foram inteligentes e criteriosos nas escolhas do plantel.

Hoyle e Wagner sabem que só poderão manter os Terriers à tona se foram inteligentes e criteriosos nas escolhas do plantel.

Watford e Huddersfield Town merecem todo o destaque. Os dois clubes confiaram na competência dos respetivos treinadores e foram ao mercado com uma lista de compras muito precisa. Tanto Marcos Silva como David Wagner tiveram que fazer escolhas inteligentes para reforças as respetivas equipas, já que não têm os milhões de outros clubes da Premier League. Quem tem que fazer render cada libra não pode perder a cabeça num só jogador, tem que pensar em peças que reforcem o coletivo. E ambos trataram de atacar as necessidades identificadas cedo, permitindo tempo aos recém-chegados para se adaptarem.

Os Hornets, além das contratações de Andre Gray, Richarlison, Tom Cleverley e Nathaniel Chalobah – este último uma pechincha que o Chelsea libertou por seis milhões de libras –, também seguiram as indicações do técnico português procurando acrescentar valor via empréstimo de Kiko Femenía, Dimitri Foulquier ou André Carrillo.

Os Terriers foram buscar Aaron Mooy, Steve Mounié, Tom Ince e Mathias Jorgensen, entre outros, gastando pouco mais de quarenta milhões de euros no total. Ainda é muito cedo, mas sete pontos em nove possíveis no arranque do campeonato parecem dar razão à estratégia seguida.

Swansea saca coelho da cartola

O jovem médio português troca Munique por Swansea para crescer, sob o olhar atento de Paul Clement.

O ex-adjunto de Ancelotti recebe a incumbência de promover a maturação do médio português.

Paul Clement pode ter perdido neste defeso os dois melhores elementos da época passada – Sigurdsson e Llorente – mas é muito provável que tenha ganho uma equipa competitiva na troca. A saída do islandês e do espanhol eram quase inevitáveis. Mas registe-se as chegadas de Sam Clucas e Roque Mesa para pôr o meio-campo em ordem. Wilfried Bony regressa a uma casa onde foi feliz e terá Renato Sanches, por empréstimo do Bayern, para lhe fazer chegar a bola. Muita gente ficou chocada com o suposto passo-atrás na carreira do jovem português, que é campeão europeu. Mas o campeonato inglês é o ambiente certo para o futebol de Sanches maturar e explodir. Tem tudo para ser uma das “contratações” do ano em Inglaterra.

Everton ataca o top-6

Ronald Koeman sabe que o Everton está num momento que pode definir o futuro do clube. Para se aproximarem dos pesos pesados do topo da tabela, e fazerem uma boa campanha nas competições europeias, os Toffees têm que se reforçar. O declínio do Arsenal pode abrir espaço no top-5 e há que estar preparado para agarrar a oportunidade, se ela se proporcionar. Usando a cabeça, claro, porque o Everton não tem os cofres desses gigantes do futebol inglês. Ao apelar ao lado emocional de Wayne Rooney o Everton conseguiu revitalizar o antigo capitão do United e deu sinal claro de ambição. A seguir foi a sedução feita a Gylfi Sigurdsson, uma peça-chave para elevar o desempenho da equipa a partir do meio do terreno. Michael Keane e Jordan Pickford reúnem qualidade e a componente da nacionalidade e formação inglesa, que são identitárias do clube. Resta a dúvida quando à capacidade de Sandro Ramírez ser suficiente para impulsionar o ataque, depois da saída de Lukaku.

Boas Apostas!