Uma quinta-feira de enormes emoções na Liga Europa, com Marítimo e Sporting de Braga a garantirem o apuramento para o play off da prova, ainda que com sensações bastante diferentes. Se os madeirenses alcançaram o seu bilhete de forma bem tranquila, os bracarenses voltaram a entregar o ritmo do jogo aos interesses do adversário precisando de sofrer até ao último minuto do prolongamento para garantir a vitória.
Missão cumprida
O Marítimo cumpriu exactamente com o plano delineado na antevisão da partida. Alterando o seu onze para acomodar a presença de Edgar Costa na faixa direita e chamando Pablo Santos para o lugar de Maurício, que saiu para o Japão, Daniel Ramos demonstrou consistência nas suas ideias e na defesa dos princípios que lhe pareceram os mais indicados para chegar ao play off. Desde cedo, no encontro, pareceu desenhada essa superioridade dos madeirenses, frente a uma equipa búlgara que pensou o jogo para tentar surpreender na transição, mas que pareceu sempre pouco energética na forma de abordar essas oportunidades.
Foi, assim, desde cedo o Marítimo quem tomou conta das rédeas do jogo e começou a demonstrar qualidades, criando ocasiões e colocando-se a jeito para somar. O golo, no entnato, não surgiu de uma situação de bola corrida, mas de um pénalti, depois de empurrão de um defensor búlgaro dentro da área. Rodrigo Pinho atirou para o meio da baliza de Cvorovic e o Marítimo ficou na frente.
Não foi preciso esperar muito, já na segunda parte, para que o jogo ficasse decididamente arrumado. Ricardo Valente, numa boa iniciativa a partir da faixa esquerda, rematou forte e sem hipóteses para o guarda-redes do Botev Plovdiv, colocando a vantagem em dois golos. A partir daqui viram-se algumas tentativas da equipa búlgara para, instalando-se no meio-campo adversário, ainda reverter o resultado a seu favor, mas sem sucesso.
Sofrer sem razão para o fazer
O Sporting de Braga apurou-se para a fase seguinte da Liga Europa, mas deixa sinais contraditórios sobre a capacidade da sua equipa. De novo, na entrada em campo, os bracarenses foram demasiado rígidos na forma como se apresentaram perante o AIK, com Danilo e Fransérgio demasiado próximos um do outro, o que retirava capacidade, sobretudo, na saída para o ataque. O conjunto sueco aproveitou da melhor forma essas contradições e adiantou-se no marcador através de Obasi, aos treze minutos.
A vencer, o AIK deu a bola ao Braga e foi recuando no terreno, mas durante a primeira parte, a incapacidade de jogar dentro do bloco defensivo adversário ia sendo fatal para as aspirações do Braga. Ao intervalo, Abel Ferreira tirou Pedro Santos e lançou Xadas, troca que se revelaria essencial para mostrar a outra face da sua equipa. Com o esquerdino a partir da faixa direita para aparecer, muitas vezes, no corredor central, o Braga dava sinais de conseguir desequilibrar a defensiva adversária, mas a tendência de procurar cruzamentos para a área esbarrava na superioridade do AIK pelo ar.
O golo surge de um erro defensivo dos suecos, que permitiram o aparecimento de Fransérgio na profundidade, para este cabecear e Linner, o guarda-redes, ter uma deficiente intervenção que permitiu a Rui Fonte finalizar. Faltavam quinze minutos e estava dado o mote para o Braga ir atrás do apuramento. Mas a equipa preferiu esperar, voltou a deixar o AIK pegar no jogo e optou pelo prolongamento. A sorte, no entanto, estava com o Braga. Mesmo num prolongamento com poucas oportunidades, um canto conquistado no último minuto permitiu, após uma série de ressaltos, que Raúl Silva fosse o herói e garantisse o apuramento dos minhotos.
Boas Apostas!