Quatro ideias principais a retirar da jornada vinte e quatro da Premier League. Marco Silva continua a criar excelentes impressões em Inglaterra, fazendo funcionar uma equipa que muitos davam por condenada. O Chelsea arrasa o Arsenal e segue imparável a caminho do título. Gunners e Reds perdem terreno e estão ao alcance do United. E para terminar, o Leicester City está estalado numa luta pela manutenção com os adversários diretos – Hull, Swansea e Sunderland – todos em crescendo.

Hull brilha com dedo português

Os jogadores aderiram com entusiasmo aos métodos do treinador português e isso nota-se na evolução em campo.

Os jogadores aderiram com entusiasmo aos métodos do treinador português e isso nota-se na evolução em campo.

Muitos em Inglaterra desconfiaram da contratação de Marco Silva. Pouco habituados a olhar para lá das fronteiras da ilha os locais não o conheciam nem lhe reconheciam percurso profissional que justificasse a escolha, passando por cima de treinadores britânicos. É justo dizer que o técnico português silenciou os críticos. Mesmo com um calendário altamente custoso, com muitos jogos seguidos frente a oposição do topo da tabela, o Hull City venceu os quatro compromissos no KCom Stadium desde a chegada do novo responsável técnico – Swansea (2-0), Bournemouth (3-1), Manchester United (2-1) e Liverpool (2-0) – dando luta também nas deslocações. No sábado os Tigers anularam a formação de Jurgen Klopp e os golos de Alfred N’Diaye e Oumar Niasse fizeram jus à entrega com que a equipa da casa se apresentou. Houve entradas e saídas significativas no mercado de janeiro mas nem por isso a equipa tremeu. A cada jogo se nota mais trabalho tático e organização. Os jogadores são os primeiros a louvar o trabalho do novo treinador e a forma como os prepara para enfrentar qualquer situação em campo.

Se ainda havia dúvidas

Conte e os adeptos percebem bem o que significa a vitória autoritária sobre os Gunners.

Conte e os adeptos percebem bem o que significa a vitória autoritária sobre os Gunners.

O Chelsea vingou a derrota por três a zero sofrida no início da temporada no Emirates, a tal que fez com que Antonio Conte se deixasse de meias-tintas e transição progressiva. A visita do Arsenal a Stamford Bridge serviu para confirmar a evolução em sentido inverso de ambos os lados, de setembro para cá. Os Blues fizeram as afinações necessárias para embarcar numa caminhada vitoriosa que, cada vez mais, parece ter como destino o título. Os Gunners alimentaram as aspirações da base de apoio só para voltar a fraquejar na fatídica época de final de ano.

Spurs e City são agora os mais próximos perseguidores do líder Chelsea, que leva uma margem confortável de nove pontos sobre os concorrentes, e Arsenal e Liverpool perdem terreno. Quarto e quinto, respetivamente, têm o United à perna, com um ponto de desvantagem, e podem ser por ele ultrapassados na jornada do próximo fim de semana. Se não, vejamos. Os três jogam em casa: a equipa de Wenger recebe o Hull, a de Klopp o Tottenham e o United o Watford.

Foxes em apuros

Outro jogo que importará seguir de perto na vigésima quinta jornada é o Swansea Vs Leicester City. As duas equipas estão logo acima da linha de água, ambas com vinte e um pontos, um a mais que os Tigers de Marco Silva. O campeão inglês em título perdeu mais uma vez, desta feita em casa com os Red Devils, e tem partida de desempate da Taça de Inglaterra com o Derby County, na quarta-feira. Está entalado numa luta pela manutenção, o que só por si é duro e desgastante, e ainda tem pelo menos dois compromissos da Liga dos Campeões para enfrentar. Acresce ainda que os concorrentes diretos nesta coisa da sobrevivência no primeiro escalão estão todos em crescendo. Já falamos do espírito que se vive no Hull mas não podemos esquecer que o Swansea somou duas vitórias consecutivas antes de ir perder ao Etihad pela margem mínima. E o que dizer do Sunderland, que goleou o Crystal Palace e se está a tornar um tomba gigantes no Stadium of Light? Esperemos que Slimani volte a encontrar a sua inspiração rapidamente. Porque sem algo assim o Leicester City pode voltar a fazer história no futebol inglês, mas desta vez pela negativa.