Mali vs Nigéria (CAN 2013)

Mali e Nigéria disputam a primeira das meias-finais da Taça das Nações Africanas na tarde desta quarta-feira. Enquanto o Mali repete o alcançado no ano passado, os nigerianos causaram a grande surpresas da fase anterior ao deixar pelo caminho a equipa da Costa do Marfim, a grande favorita à vitória na competição.

O Mali terminou em segundo lugar do Grupo B, mas, levando o confronto até às grandes penalidades, foi capaz de afastar a África do Sul, país organizador e líder do Grupo A. Soumbeila Diakité, o guarda-redes, esteve em excelente plano, mostrando ser uma séria ameaça a quem chegue até aos penalties frente aos malianos.

A equipa do Mali ainda não foi capaz de demonstrar rasgos de génio neste torneio. Contando com Keita como figura principal, a grande arma dos malianos é a sua consistência defensiva e a capacidade para segurar o jogo frente a qualquer adversário. Sem magia, nem grandes artifícios, os malianos são um osso duro de doer, apesar de em quatro jogos só terem conseguido vencer um deles nos noventa minutos.

Ainda que contando com Maiga e Cheick Diabaté na sua equipa, não é através da força física que o Mali opta por atacar. Na maior parte dos casos a bola vai rodando entre jogadores, esperando momentos onde a velocidade, sobretudo de Samba Diakité, pode explorar os espaços nas defensivas adversárias. Por outro lado, ao contar com Keita, a equipa manipula muito bem os adversários, já que o ex-barcelonista é exímio em usar o seu posicionamento para descompensar a defesa que tem pela frente.

Na defensiva, Wagué e A.Coulibaly voltaram a ser as opções, mostrando que podem tornar-se intransponíveis, ainda que da equipa nigeriana sejam de esperar outro tipo de ameaças mais incisivas do que as sul-africanas.

A equipa nigeriana pareceu nunca ter dúvidas da sua capacidade para bater a Costa do Marfim, que não foi capaz de mudar de registo e dar uma imagem mais viva das suas capacidades no encontro dos quartos-de-final. Pelo contrário, foram os nigerianos quem mais surgiu em situação de resolver a partida, conseguindo tirar dos seus jovens um rendimento acima do esperado no início da competição.

Ideye Brown, Emenike e Victor Moses colocaram a cabeça dos seus adversários em água, com as suas constantes movimentações, o seu poder de choque e a criatividade demonstrada por este trio. Mas é bom de assinalar um outro jogador que conquistou, nos últimos dois encontros, um espaço na seleção nigeriana, sendo que poderá muito em breve ser visto noutras andanças.

Sunday Mba não foi apenas o autor do golo que colocou a Nigéria nas meias-finais. Através da sua velocidade e controlo de bola, Mba foi o elemento desestabilizador por excelência, dando muito trabalho ao meio-campo defensivo marfinense e aparecendo, sempre, em condições de finalizar nos espaços abertos pelos seus companheiros mais adiantados. A missão policiadora de Obi Mike também merece nota, já que é a sua qualidade que permite a existência de um jogador como Mba na equipa nigeriana. Ao nível da defesa, todos os jovens nigerianos parecem cumprir com o que se espera: uma base sólida para uma seleção de futuro.

No histórico de confrontos, a Nigéria leva uma leve vantagem sobre o Mali, sendo de assinalar que já por duas vezes, 2002 e 2004, estas duas equipas se encontraram para disputar o terceiro lugar na CAN, ambas a cair para o lado do nigerianos:

Nigéria	0-0	Mali	CAN 2008
Nigéria	2-1	Mali	CAN 2004
Nigéria	3-0	Mali	CAN 2002
Mali	0-0	Nigéria	CAN 2002

Será assim um encontro entre o calculismo maliano e o fogo da Nigéria, com o Mali a partir de trás, mas com os nigerianos a terem que estar ao melhor nível para não se deixarem levar pela maior experiência do seu adversário.

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