Zlatan não seria Zlatan se no final do encontro com a Rep. Irlanda não se vangloriasse por ter dedo no lance decisivo do encontro. É a sua maneira de ser e também uma forma de desviar as atenções do óbvio. Suécia viu-se à rasca para pontuar no jogo de estreia e os irlandeses eram, objetivamente, os adversários mais acessíveis do grupo. Erik Hamren, mais realista, avisa que a seleção nórdica terá que estar a “trezentos por cento” nos próximos jogos para conseguir passar à fase seguinte.

Suécia pontua com (auto)golo irlandês

Ibrahimovic pode fazer a festa mas o elenco de apoio tem que fazer os mínimos.

Ibrahimovic pode fazer a festa mas o resto do setor atacante tem que dar mais apoio.

O primeiro jogo era essencial para a Suécia. As duas equipas teoricamente mais fortes do Grupo E mediam forças nessa mesma segunda-feira e os dois elos mais fracos tinham a melhor oportunidade para pontuar neste frente a frente. Do mal o menos, os nórdicos dividiram os pontos com a Rep. Irlanda, sendo que foram os irlandeses a fazer ambos os golos da partida. Hoolahan marcou logo a abrir o segundo tempo e Ciaran Clark haveria de fazer autogolo ao tentar intersetar um cruzamento de Ibrahimovic.

No final do encontro Zlatan não resistir a vangloriar-se pela sua ação decisiva no jogo e até um picar o coitado do adversário que finalizou por ele. É a sua imagem de marca, aquele protagonismo absoluto, e até estranharíamos se não o fizesse. Mas serve também para desviar as atenções do óbvio. A Suécia viu-se à rasca para pontuar naquele que seria o confronto mais acessível do Grupo E. O que está para vir será sempre mais exigente.

Um jornal sueco destacava mesmo as estatísticas da UEFA para afirmar que a seleção nacional tinha sido a pior entre as vinte e quatro, na primeira jornada. E selecionaram dois critérios para justificar a classificação. Os suecos, a par com os norte-irlandeses, não fizeram um único remate enquadrado com a baliza e foram, em conjunto, os que menos correram em campo (101.5 Kms).

Dar trezentos por cento para garantir apuramento

Erik Hamren fez uma leitura bem mais realista. Disse que do ponto de vista da atitude e concentração não tinha nada a apontar aos seus jogadores. Mas considerou também que o ataque não esteve bem. Foi mesmo específico quanto ao que não funcionou: demasiado estático e passivo, inclusive na procura das segundas bolas. O selecionador mostrou alguma frustração por não ter visto em campo aquilo que tinha treinado – trocas posicionais e transições rápidas para o contra-ataque. Ibrahimovic não fez um único remate enquadrado com a baliza o que demonstra duas coisas. A capacidade demonstrada pelos irlandeses para isolar o avançado e o pouco que os seus companheiros do meio-campo para a frente fizeram para lhe proporcionar apoio e linhas de passe. Aliás, as coisas começaram a correr melhor depois do golo da Rep. Irlanda já que os homens de O’Neill recuaram e deram mais espaço.

A ligação italiana

No segundo jogo a Suécia mede forças com a Itália de Antonio Conte e os italianos sabem como ninguém aquilo de que Zlatan Ibrahimivoc. O avançado sueco jogou sete temporadas em Itália – passando pela Juve e os dois rivais de Milão – antes e depois da experiência do Barcelona. Também Albin Ekdal, agora na Bundesliga a representar o Hamburger, irá reencontrar dois antigos companheiros da Juventus. O médio sueco, que chegou a Florença com dezoito anos está muito grato pela forma como Chiellini e Buffon o trataram na chegada a equipa. Supostamente, o defesa italiano era até o que lhe dava boleia já que ainda não tinha carta. Mas Ekdal também recorda que a pessoa que é fora de campo desaparece com o apito inicial dando lugar a uma rufia, sempre pronto a provocar os adversários e influenciar a ação do árbitro.

Boas Apostas!