O último jogo no Georgia Dome vai ser um espetáculo ofensivo. Os Packers continuam a deixar-nos de queixo caído com as lances de puro brilhantismo de Aaron Rodgers e seus receivers. Só que desta vez enfrentam uma ofensiva que pode ser ainda mais explosiva. E se Green Bay parece estar desasada no que respeita à defensiva, Atlanta é, pelo menos em abstrato, a equipa mais completa.
Adeus ao Georgia Dome com espetáculo ofensivo
Na época passada foi a defesa que conquistou o Super Bowl mas desta vez a tendência é a oposta. Qualquer uma das quatro equipas candidatas a chegar ao jogo que encerra a temporada tem no ataque a sua grande cartada. Liderados por quarterbacks experientes e de topo. E ao que tudo indica esta final da Conferência Nacional será a que terá um resultado final mais generoso. Não é por acaso que a linha de acima/ abaixa de Vegas estabeleceu a marca nos 60.5 pontos, dez pontos acima da estimativa para o segundo jogo de domingo.
Os Atlanta Falcons são o ataque mais concretizador da temporada na NFL, com uma média de praticamente trinta e quatro pontos por jogo. Matt Ryan tem estado a jogar o seu melhor futebol e é um dos fortes candidatos a MVP e não é preciso lembrar a forte concorrência que enfrenta nesta categoria. A semana de pausa não afetou o ritmo competitivo deste conjunto, como ficou por demais evidente na ronda das divisões. Os Seattle Seahawks, que tão bem se tinham afirmado na jornada dos wild-cards, nunca tiveram hipóteses contra estes Falcons (36-20). Ryan completou vinte e seis de trinta e sete tentativas, para um ganho de trezentas e trinta e oito jardas e três touchdowns. O ofensiva de Atlanta pode juntar na mesma formação elementos tão talentosos como Devonta Freman, Tevin Coleman, Mohamed Sanu e Julio Jones. A estrela maior dos Falcons não estará a cem por cento mas contra a secundária em mau estado dos Packers deve conseguir fazer estragos. O sucesso ofensivo desta equipa assenta na capacidade de poder alternar entre running backs, wide receivers e tight ends de elevada qualidade e eficácia, e nunca ficar limitada a uma determinada opção.
Atlanta fez a pressão suficiente para forçar Russel Wilson para fora do pocket e a estratégia compensou. Mas a proteção a Rodgers é da maior qualidade, ao contrário da linha ofensiva de que Russel dispõe atualmente. É preciso que o pass rush dos Falcons eleve o seu nível para ganhar este embate e o quarterback dos Packers faz da ação em movimento uma espécie assinatura de excelência.
O que mais nos reserva Aaron Rodgers?
Os Green Bay Packers voltaram a fazer uma exibição de fazer cair o queixo para ultrapassar os Dallas Cowboys. Depois de uma vantagem inicial Dak e companhia conseguiram reagir e prolongar a decisão da partida para os instantes finais. Aaron Rodgers voltou a ter uma prestação memorável e é difícil escolher exatamente o que destacar da sua atuação. Mesmo sem Jordy Nelson ele lançou para trezentas e cinquenta e cinco jardas e dois touchdows. O mais fácil é ficar com aquele passe tremendo de trinta e seis jardas para Cook, na linha lateral, que permitiu o field goal que ficou a vantagem de Green Bay. Mas não podemos esquecer que essa mesma jogada foi definida no huddle pelo próprio QB, que deu instruções precisas quanto à movimentação de cada um dos receivers, adaptando o esquema dos seus famosos hail mary’s. Ou o facto de ter acontecido depois de Rodgers ter sido derrubado. Ou a forma como consegue segurar a bola com uma só mão quando recebe a pancada que o deitou ao chão. Já começa a não haver palavras.
O problema é que, mais uma vez, será pedido a Aaron Rodgers que carregue os Packers até ao Super Bowl. A defesa de Green Bay não é das mais famosas e a secundária em particular tem sido muito afetada por lesões, nas últimas semanas. A defesa ao passe é uma fragilidade que tem sido anulada por aquilo que o ataque consegue produzir. Mas desta vez os Packers terão pela frente um quarterback que coloca a bola onde quer e tem armas de calibre superior. Dando por adquirido que não será capaz de travar o jogo aéreo dos Falcons, a defensiva de Green Bay pode e deve tentar secar a via terrestre, pelo menos para criar alguma ansiedade no adversário.
2016 | Atlanta Falcons | Green Bay Packers | Georgia Dome | 33-32 | |
2014 | Green Bay Packers | Atlanta Falcons | Lambeau Field | 43-37 | |
2013 | Green Bay Packers | Atlanta Falcons | Lambeau Field | 22-21 |
As duas equipas defrontaram-se na época regular, à oitava jornada, também no Georgia Dome. Os Falcons venceram por um ponto (33-32). Os Packers foram a jogo sem Cook, Montgomery e Cobb e o jogo só começou a virar para o lado de Atlanta quando a defensiva deixou de defender à zona para atacar o homem, beneficiando de ter receivers de recurso em campo. A defesa dos Falcons tornou-se manifestamente mais sólida. Mas o taque dos Packers também está muito melhor.