O campeonato português de basquetebol tem sido dominado pelo Benfica e, este ano, continuará a ser essa a tendência. A equipa lisboeta detém um poder financeiro muito superior aos seus adversários, conseguindo, todos os anos, reforçar-se com jogadores de seleção e manter alguns dos melhores atletas da LPB. Isso não significa que a Liga não tenha vindo a ganhar uma maior qualidade na sua restante constituição. Durante o ano passado, o Vitória de Guimarães andou sempre um passo adiante da concorrência, mas entre o terceiro e o décimo classificado na fase regular houve apenas uma diferença de quatro vitórias, mantendo-se em aberto até ao seu final a constituição do playoff.

Isso é algo que não vai mudar este ano. Todos os onze participantes da LPB mantiveram o seu lugar na liga, chegando o Illiabum como promovido da Proliga – que foi vencida pela equipa do Dragon Force, que optou por se manter um ano mais nessa outra competição. Tudo indica que a competição voltará a ser muito equilibrada, com equipas que apresentam mais-valias muito semelhantes e com jogadores estrangeiros que, um pouco à imagem do que vem sendo normal, aproveitam a sua passagem por Portugal para se promoverem para competições de maiores benefícios financeiros.

Começamos por apresentar as cinco equipas que ficaram pior classificadas no ano passado, mais o regressado Illiabum.

Ovarense

Miguel Miranda Ovarense

Ainda vale muito a experiência de Miguel Miranda

Um dos históricos do basquetebol português continua a refazer o seu plantel para voltar a estar nos momentos decisivos da Liga. É de assinalar que a Ovarense tenha mantido todos os jogadores relevantes da época passada, juntando-lhe um antigo internacional português, Jaime Silva, que esteve no Illiabum na época passada, e o interior senegalês Masine Fall, que chega do Albacete. José Barbosa está um ano mais experiente e o verão passado com a seleção nacional poderá ter ajudado a refinar o seu jogo, enquanto Fernando Neves terá agora em Jaime Silva um parceiro para aterrorizar a partir da linha dos três pontos. A experiência de André Pinto e Miguel Miranda colocam os vareiros entre as equipas com mais conhecimento competitivo da LPB, enquanto Cristóvão Cordeiro também mostrou a sua evolução com a chegada à seleção nacional. O espanhol Sergi Coll fará mais uma temporada em Portugal, mostrando-se, como sempre, disponível para a luta das tabelas e participativo no momento defensivo.

Basq. Barcelos

A equipa do combativo José Ricardo Rodrigues tem, este ano, a oportunidade de se confirmar como um conjunto de respeito na LPB, ambicionando a um posicionamento mais alto no playoff. A época começou da melhor maneira, com uma presença na final do Troféu António Pratas, comprovando-se que, com Nuno Oliveira e Carlos Fechas disponíveis fisicamente, contam com uma dupla de bases de topo na competição. Eduardo Coelho continua a oferecer qualidade no tiro exterior, enquanto a contratação do luso-espanhol Eduardo Sousa permite um elemento extra na rotação interior. Quanto a estrangeiros, a melhor novidade foi a renovação do contrato com Marko Loncovic, que no nível da LPB, é um elemento que oferece muitas garantias no jogo interior e inteligência nos seus movimentos. Filip Djuran (ex- OKK Beograd) e Igor Djukovic (ex-KK Beovuk 72) oferecerão capacidade física e técnica ao nível dos mais completos na LPB, transformando o conjunto de Barcelos num candidato às meias-finais.

Oliveirense

Depois de ter cumprido no ano de regresso ao escalão maior do nosso basquetebol, o conjunto de Oliveira de Azeméis ambiciona a mais na nova temporada. O técnico Rui Alves operou uma pequena revolução no seu plantel, fazendo crescer o nível de experiência da equipa e ambicionando a um lugar no playoff. Augusto Sobrinho (ex-Lusitânia) e Eduardo Guimarães (ex- Dragon Force) alimentam a equipa com dois lançadores, que serão alimentados por João Abreu e pelo norte-americano Kenyon McNeaill, acabado de formar em Louisiana Tech. Renato Azevedo mantém o seu espaço na rotação, enquanto David Gomes (ex- Barcelos) e Hélder Carvalho (ex- Sampaense) oferecem experiência e centímetros a uma equipa, que confiará a Dusan Sisic, chegado da Liga da Estónia, o seu jogo interior, depois da dispensa de Myles Walker.

Galitos Barreiro

miguel minhava galitos

Um dos melhores jogadores nacionais, Miguel Minhava

A equipa do Barreiro, orientada por Carlos Caetano, passou por alguns apertos na temporada passada e entra na nova época com a ambição de conquistar alguma tranquilidade. A manutenção de Miguel Minhava permitem à equipa continuar a ter um elemento de larga experiência e muita qualidade no jogo exterior, conseguindo construir a partir daí uma equipa com outros objetivos. João Fernandes manterá a sua posição na rotação, que foi ainda reforçada com a chegada de outro jovem, Carlos Dias, que estava no Sampaense. Alexandre Coelho e Danilson Vieira completam a carta de jogadores com experiência e capacidade de lutar por uma melhor classificação. Para o jogo interior, chega outro jogador que estava em São Paio de Gramaços, Eki Viana, que aos 37 anos continua a ser um elemento de enorme competitividade na Liga. O trio de norte-americanos será composto por Brian Clark, rookie de Salem State, Ben Gresmer, rookie de Wisconsin- River Falls, e KC Robbins, um poste muito físico que já completou a segunda metade da temporada passada em Portugal. Da forma como se adaptarão os dois rookies poderá depender parte da ambição do Galitos.

Maia Basket

Orientado por Manuel Romão, o Maia Basket é, para já, a equipa com maiores fragilidades na LPB, baseando todo o seu plantel em jogadores portugueses. A equipa conseguiu manter alguns dos elementos essenciais da sua rotação, como Pedro Tavares, Pedro Catarino e André Dara, no jogo exterior e Paulo Diamantino no jogo interior, contando com Nuno Marçal para continuar a colocar toda a sua experiência ao serviço da equipa maiata. No que toca a contratações, a mais promissora é, para já, a de Renato Ribeiro, um jovem que esteve, no ano passado, nos escalões de formação do Algés e que terá oportunidade de conquistar muitos minutos a um nível de exigência mais alto. Pedro Meireles e Mário Meireles, ambos chegados do Desportivo de Leça, e André Carvalho, que estava na Oliveirense o ano passado, completam, para já, o plantel de uma equipa que lutará para escapar ao último lugar.

Illiabum

O regresso de mais um histórico do basquetebol português à LPB é de saudar, para mais quando o Illiabum possui um conjunto de jogadores de bom nível e que pode ambicionar a fazer uma temporada tranquila. O seu treinador é uma boa novidade, Ricardo Vasconcelos, que assume pela primeira vez um projeto de equipa masculina, depois de alargada experiência como técnico de formação na FPB e na Seleção Nacional feminina. O experiente João Figueiredo será o base titular, contando com o jovem Carlos Cardoso para a rotação, enquanto para segundo base Ricardo Rosa poderá ser o escolhido, ele que chegou este verão emprestado pelo Benfica. Henrique Sicó, peça influente na equipa do ano passado, é outro dos elementos a entrar na rotação. Tiago Raimundo, Sérgio Correia (ex- Imortal Albufeira) e Isaías Insaly (ex- NB Queluz) oferecem impacto físico à equipa, que tem ainda em Francisco Martins outro elemento que poderá ser importante na rotação defensiva. Mário Gonçalves é outro regresso à LPB, depois uma boa época a ajudar a equipa de Ílhavo a subir da Proliga, contando com um trio de estrangeiros para repartir minutos no jogo interior. O sérvio Filip Toric já estava com a equipa no ano passado, chegando agora os norte-americanos Derek Elston, que jogou no Floriana de Malta, e Stephen Nwaukoni, rookie de Hofstra que fará em Portugal a sua estreia profissional.