O Liverpool teve uma noite perfeita no Dragão e tornou fácil uma deslocação que se adivinhava traiçoeira. Sadio Mané voltou aos golos com um hat trick e os homens mais adiantados tiraram máximo proveito da entrega e experiência de Henderson e Milner no meio-campo. O Real Madrid ainda tremeu no Parque dos Príncipes mas quem tem Cristiano Ronaldo está sempre a um passo da redenção. Na comparação inevitável, Neymar não sai bem na fotografia.

Liverpool de garra e Dragões sem elas

Mané não podia ter escolhido melhor momento para regressar em força aos golos.

Sadio Mané não podia ter escolhido melhor momento para regressar em força aos golos.

Sérgio Conceição fez o que devia. Sem Aboubakar, o treinador portista tentou equilibrar a equipa com a entrada de Otávio, para complementar a dupla Herrera/ Sergio Oliveira. A ideia era ter mais presença no meio-campo e, ao mesmo tempo, alguém que pudesse assumir protagonismo na fase de transição. Mas o brasileiro foi demasiado brando para criar problemas aos homens do miolo da formação inglesa. A verdade é que o Liverpool teve uma noite perfeita no Dragão. Perfeita porque os golos aconteceram com naturalidade – José Sá deu uma mãozinha para abrir o marcador – e porque não houve erros a comprometer o plano de jogo. Sadio Mané, que não marcava há seis jogos, fez um hat trick, complementado por Mohamed Salah – com uma maldade – e Roberto Firmino. O senegalês, cuja confiança andou um pouco por baixo, estava a precisar de uma exibição desta para se reafirmar no contexto da equipa. O egípcio, já não é de agora, está a jogar a um nível impressionante. Mas é tão ou mais significativo, no jogo de ontem, a prestação do resto da equipa. É a segunda partida consecutiva em que a baliza de Karius permanece fechada, nunca é demais sublinhar este facto quando se trata do Liverpool. O ataque também beneficiou claramente da entrega e da experiência de Jordan Henderson e James Milner, o último o rei das assistências nesta edição da Liga dos Campeões. Por sim, destacar também que a equipa inglesa não teve aqueles momentos de apagão no segundo tempo, que já a colocaram em apuros desnecessários.

O Liverpool leva uma mão cheia de golos para a segunda mão, em Anfield, onde bastará carimbar a passagem.

Real puxa dos galões em Paris

O Real e Ronaldo não deixaram credenciais por mãos alheias e reafirmaram ambições na Champions.

O Real Madrid e Cristiano Ronaldo não deixaram credenciais por mãos alheias e reafirmaram ambições na Champions.

Os Merengues ainda abanaram, quando à passagem da primeira meia-hora Adrien Rabiot adiantou o SPG no marcador. Mas em cima do intervalo, o Real repôs a igualdade, com Cristiano Ronaldo a castiga o penálti assinalado sobre Kroos. O resultado não sofreu alteração até a partida entrar nos derradeiros dez minutos. Então, no momento do vai-ou-racha, o número 7 dos Merengues fez a diferença. Três minutos mais tarde, Marcelo reforçava a vantagem e os madrilenos saem de Paris com margem confortável. Os campeões europeus, em claro sub-rendimento na liga doméstica, puxaram dos galões em Paris, como se podia imaginar. Para o Real, e para este plantel, o palco da Champions é uma questão identitária, ainda mais premente porque será a única forma de salvar a época. Na inevitável comparação com Cristiano Ronaldo, Neymar voltou a sair mal na fotografia. O português silenciou os críticos com mais uma exibição de superação, assumindo o papel de salvador que dele se espera. Já o brasileiro, esforçou-se demasiado, com corridas desenfreadas mas sem envolvimento ou critério. Neymar foi para Paris porque queria ser a figura, ter o protagonismo, mas não está a ter a caminhada triunfal que antecipou e não está a saber lidar com esse facto.

Boas Apostas!